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PPE: Escolha da Eslovénia para comissária considerada "inaceitável" devido a ligações à ex-polícia política jugoslava

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Ler mais Direitos de autor Alexis HAULOT/ European Union 2024 - Source : EP
Direitos de autor Alexis HAULOT/ European Union 2024 - Source : EP
De  Gerardo Fortuna
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Artigo publicado originalmente em inglês

A chefe da delegação eslovena do Partido Popular Europeu (PPE) disse à Euronews que a escolha de Marta Kos é totalmente inaceitável para o partido a que pertence, citando a experiência e as alegadas ligações à antiga polícia secreta jugoslava.

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A chefe da delegação do Partido Popular Europeu (PPE) da Eslovénia no Parlamento Europeu, Romana Tomc, disse à Euronews que a nova nomeada do país para comissária, Marta Kos é "completamente inaceitável" e "problemática" para o PPE, o maior grupo no Parlamento.

A eurodeputada manifestou preocupação com a falta de experiência executiva de Marta Kos, que considera essencial para o cargo de comissária.

Tomc referiu ainda as alegadas associações entre Kos e a UDBA, a polícia secreta da ex-Jugoslávia, dissolvida em 1991 com a independência da Eslovénia.

"É possível imaginar que alguém, por exemplo, na Alemanha, nomeie um candidato com o fardo de ter sido associado ao STASI no passado?", perguntou, referindo-se aos famosos serviços secretos da Alemanha de Leste.

A eurodeputada considera que alguns dos seus colegas no Parlamento Europeu estão "muito nervosos" por saberem que existem pessoas associadas à UDBA "entre nós ou mesmo como candidatos à Comissão".

"Para nós, isto é impossível", acrescentou, apelidando a forma como foi tratada a nomeação da comissária do país como uma "humilhação" que deixou a Eslovénia em risco de ser vista como o "causador de problemas" na UE.

A mudança de última hora dos comissários nomeados por Liubliana, que atrasou a revelação das pastas pela presidente Ursula von der Leyen, provocou uma polémica entre o primeiro-ministro Robert Golob e o Partido Democrático Esloveno, na oposição, ao qual pertence Tomc e que acusa de sabotagem.

Liubliana trocou nome para respeitar pedido de Von der Leyen

Tomaž Vesel, antigo presidente do Tribunal de Contas, foi inicialmente proposto antes do verão, uma decisão reconfirmada pelo governo na semana passada (3 de setembro), antes de Liubliana ceder e aceitar enviar uma mulher.

"A razão pela qual mudou de ideias continua a ser um mistério", disse Tomc, acusando Golob de ceder simplesmente às exigências de von der Leyen. A eurodeputada sugere ainda que Vesel tem mais hipóteses de passar no escrutínio do Parlamento Europeu, alegando que a paisagem política mudou.

Esta reviravolta está a criar uma tempestade política na Eslovénia, que ameaça atrasar ainda mais os planos de Von der Leyen.

Por lei, Kos tem agora de comparecer a uma audição da Comissão de Assuntos Europeus da Assembleia Nacional eslovena, que estava inicialmente prevista para esta sexta-feira (13 de setembro).

Embora as opiniões dos deputados não sejam vinculativas, o presidente da comissão, Franc Breznik, ameaçou adiar a audição por duas semanas, enquanto obtém mais pormenores sobre as alegadas pressões exercidas pelo governo sobre Vesel para se demitir, segundo os meios de comunicação eslovenos.

Tomc disse que Franc Breznik está apenas a pedir clareza e documentação. "O problema poderia ser facilmente resolvido. É sabido o que o governo precisa de fazer: apresentar a documentação necessária. Não há nenhuma razão para que a comissão não cumpra o seu papel se lhe for dada a informação adequada", afirmou.

"O governo quer culpar a oposição por esta situação, mas isso não é de todo verdade", afirmou a deputada do partido do antigo primeiro-ministro Janez Janša, acrescentando que a oposição está apenas a seguir os procedimentos democráticos.

O atraso foi causado pelo primeiro-ministro Robert Golob, a quem chamou "o primeiro-ministro mais fraco da União Europeia" e que está sob o controlo da chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

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Tomc afirmou que os seus colegas do Parlamento Europeu não pressionaram a delegação eslovena ou outros deputados que se opõem à nomeação: "Eles compreendem a situação. Respeitam o facto de a Eslovénia ter os seus próprios procedimentos democráticos, em que o Parlamento tem de ser informado e dar luz verde ao novo candidato", diz.

Von der Leyen tem de respeitar os processos democráticos da Eslovénia, afirmando que o atual impasse poderia ser resolvido se o governo agisse com mais transparência: "Estão também a colocar von der Leyen numa má posição, porque agora ela não sabe o que fazer", disse.

Marta Kos não respondeu ao nosso pedido de comentário.

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