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Noruega: ministro das Finanças culpa política energética da UE pelo colapso do governo

O primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Store, dá uma conferência de imprensa no Gabinete do Primeiro-Ministro em Oslo, Noruega, quinta-feira, 30 de janeiro de 2025
O primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Store, dá uma conferência de imprensa no Gabinete do Primeiro-Ministro em Oslo, Noruega, quinta-feira, 30 de janeiro de 2025 Direitos de autor  Cornelius Poppe/Cornelius Poppe / NTB
Direitos de autor Cornelius Poppe/Cornelius Poppe / NTB
De Robert Hodgson
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O primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, vai liderar um governo minoritário, depois de o seu parceiro de coligação ter abandonado o executivo por causa das regras europeias que, na sua ótica, não permitem proteger os cidadãos face aos elevados preços da eletricidade.

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O Partido do Centro da Noruega, de cariz eurocético, abandonou uma coligação governamental fraturada devido à sua oposição às regras do mercado europeu da energia, deixando o primeiro-ministro, Jonas Gahr Støre, à frente de um governo minoritário, agora composto apenas pelo Partido Trabalhista.

Embora não seja membro da UE, a Noruega está sujeita a uma série de regulamentações comunitárias em troca do acesso ao mercado único como parte do Espaço Económico Europeu (EEE), que também inclui a Islândia e a Suíça.

Embora seja um grande exportador de petróleo e gás, a Noruega depende da sua abundante energia hidroelétrica para a maior parte da produção elétrica. Mas com o aprofundamento das ligações ao mercado de eletricidade da UE, o país escandinavo tem assistido a uma subida dos preços, com os recentes aumentos a suscitarem apelos ao corte das ligações elétricas com o bloco.

Numa declaração publicada, esta quinta-feira, no site do Partido do Centro, o líder e ministro das Finanças, Trygve Slagsvold Vedum, afirmou que a Noruega deve "retomar o controlo nacional" sobre os preços da eletricidade.

Vedum também culpou os anteriores governos conservadores pelo agravamento dos preços ao permitirem a construção de duas novas linhas elétricas submarinas que fazem ligação à Alemanha e a Inglaterra.

"O contágio dos preços por via destes dois últimos cabos faz com que os preços sejam elevados e instáveis e a UE impede-nos de aplicar medidas eficazes para controlar as exportações de eletricidade para fora da Noruega", afirmou ainda Vedum.

"Se a liderança trabalhista, em vez de resolver o problema, opta por acentuá-lo, conectando a Noruega ainda mais à UE em matéria de política de eletricidade, através da introdução do quarto pacote energético da UE, o Partido do Centro opta por abandonar o governo", afirmou.

O ministro das Finanças referia-se a um pacote legislativo que estabelece objetivos para a melhoria da eficiência energética em toda a economia, bem como para a percentagem de energias renováveis no cabaz global e o desempenho energético dos edifícios, bem como o alargamento dos poderes da agência reguladora da UE para o setor, a ACER.

O governante cessante apontou também o dedo a "vários países da UE" que dependem das exportações de energia hidroelétrica norueguesa, depois de terem instalado uma capacidade de produção de energia renovável que, "em grande medida, só produz eletricidade quando está vento ou o sol brilha".

O primeiro-ministro Støre confirmou esta quinta-feira a saída do Partido do Centro do governo, numa conferência de imprensa. Passa, assim, a liderar um governo minoritário até às eleições já marcadas para 8 de setembro.

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