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Mulher acusa Gérard Depardieu de a apalpar durante gravações de filme

O ator francês Gérard Depardieu sai para uma pausa durante o seu julgamento em Paris por alegada agressão sexual, 26 de março de 2025
O ator francês Gérard Depardieu sai para uma pausa durante o seu julgamento em Paris por alegada agressão sexual, 26 de março de 2025 Direitos de autor  AP Photo/Aurelien Morissard
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De Euronews com AP
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Caso de assédio contra o ator francês começou a ser julgado esta semana. É a primeira vez que uma das mais de 20 acusações de má conduta contra Depardieu chega a tribunal.

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Uma mulher que acusa o ator francês Gérard Depardieu de agressão sexual disse a um tribunal de Paris que este a apalpou, tocando-lhe nas nádegas e nos seios várias vezes nos bastidores da gravação de um filme.

Outras três mulheres, que também acusam o ator francês de má conduta sexual, disseram no julgamento que tinham sofrido gestos semelhantes em incidentes separados.

No julgamento que começou esta semana, Depardieu é acusado de ter apalpado uma cenógrafa de 54 anos e uma assistente de 34 anos, durante as filmagens do filme "Les Volets Verts" (As Persianas Verdes), em 2021.

Depardieu nega qualquer agressão sexual.

O terceiro dia do julgamento centrou-se no testemunho da queixosa mais jovem, que descreveu três incidentes distintos.

Gérard Depardieu chega com o seu advogado, Jeremie Assous, ao seu julgamento por alegadas agressões sexuais a duas mulheres num set de filmagens em 2021
Gérard Depardieu chega com o seu advogado, Jeremie Assous, ao seu julgamento por alegadas agressões sexuais a duas mulheres num set de filmagens em 2021 AP Photo

O primeiro aconteceu num momento em que ficou sozinha com o ator por breves instantes, quando se dirigiam para o cenário do filme.

"Do nada, ele pôs a mão no meu rabo", explicou, acrescentando que não disse nada porque ficou "em choque" e "petrificada".

Num segundo incidente, Depardieu terá colocado, subitamente, as duas mãos nos seios, segundo explicou a mulher.

"Eu disse 'não'. Estava assustada" afirmou a vítima, que informou o tribunal que também terá dito "não" aos avanços do ator num terceiro incidente semelhante.

De acordo com o testemunho, a mulher disse que relatou o problema ao seu chefe direto, que depois alertou outros responsáveis da produção do filme, provocando a ira do ator.

Explicou também que acabou por "minimizar" a questão uma vez que pretendia continuar a trabalhar, acrescentando que o seu objetivo era "resolver o problema sozinha" e "ser forte".

Advogado do ator francês Gérard Depardieu, Jeremie Assous, responde a perguntas de jornalistas em Paris, 26 de março de 2025
Advogado do ator francês Gérard Depardieu, Jeremie Assous, responde a perguntas de jornalistas em Paris, 26 de março de 2025 AP Photo

Mais tarde, decidiu apresentar uma queixa formal por solidariedade para com a outra queixosa e porque "quer que as pessoas ouçam a verdade".

Depardieu negou repetidamente as alegações no tribunal na quarta-feira, dizendo: "Eu não sou assim".

"Penso que talvez, não sei, ela estivesse desconfiada por causa da minha reputação de ser vulgar, rude, grosseiro", disse Depardieu. "Mas eu não sou só isso. Continuo a respeitar as pessoas", acrescentou.

O ator também disse ao tribunal que está quase sempre acompanhado por assistentes no cenário do filme, incluindo o seu guarda-costas, e sugeriu que raramente se encontra sozinho com um trabalhador da produção.

O julgamento desta semana é a primeira vez que uma das mais de 20 acusações de má conduta contra Depardieu chega a tribunal.

Alguns casos foram arquivados por falta de provas ou por prescrição.

Mas algumas figuras do mundo do cinema francês manifestaram o seu apoio a Depardieu.

Atriz Fanny Ardant chega para testemunhar no julgamento do ator Gérard Depardieu por alegadas agressões sexuais a duas mulheres, 26 de março de 2025
Atriz Fanny Ardant chega para testemunhar no julgamento do ator Gérard Depardieu por alegadas agressões sexuais a duas mulheres, 26 de março de 2025 AP Photo

A atriz francesa Fanny Ardant, que se descreveu como uma amiga de longa data do ator, concordou que as suas palavras podem ser rudes e vulgares, mas disse que nunca testemunhou qualquer gesto que considerasse "chocante".

"O que eu quero dizer neste tribunal é que sei que o mundo mudou, que a sociedade mudou, que os padrões já não são os mesmos", disse Ardant. "Há coisas que tolerámos que já não são toleráveis".

O julgamento continua na quinta-feira e o veredito é esperado numa data posterior.

Se for condenado, o ator pode enfrentar até cinco anos de prisão e uma multa de 75 000 euros.

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