Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Sondagem: AD mantém liderança e direita a maioria no parlamento

Luís Montenegro
Luís Montenegro Direitos de autor  AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De Nuno Tiago Pinto
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button

AD mantém vantagem sobre o Partido Socialista enquanto Chega continua como terceira força política. Iniciativa Liberal consolida quarto lugar.

PUBLICIDADE

Na última sondagem antes das legislativas do próximo domingo sobre as intenções de voto dos portugueses, a AD mantém uma vantagem de 7% em relação ao Partido Socialista. O Chega continua a ser a terceira força política mais votada. A Iniciativa Liberal consolida o resultado que tem sido projetado desde que a moção de confiança ao governo foi rejeitada e foram convocadas eleições para 18 de maio, o Livre regista a maior subida, enquanto o Bloco de Esquerda, a CDU e o PAN continuam abaixo dos 4%.

De acordo com a sondagem feita pela Consulmark2 para o Nascer do SOL e a Euronews – que nas últimas eleições foi a que mais se aproximou do resultado final –, salvo a exceção do Livre, que subiu bastante, a tendência do voto manteve-se estável ao longo dos últimos dois meses.

Os resultados do estudo conduzido entre os dias 6 e 13 de maio indicam que a AD liderada por Luís Montenegro deverá obter cerca de 33,1% dos votos, seguida pelo PS de Pedro Nuno Santos com 25,9% e do Chega com 15,7%. Já a Iniciativa Liberal deverá alcançar os 7,6% dos votos, seguida de perto pelo Livre que nesta última vaga atinge os 6,2%. Já o Bloco de Esquerda fica-se pelos 3,8%, a CDU pelos 2,8% e o PAN pelos 1,1%.  Foram inquiridas 589 pessoas através de entrevista telefónica, sendo 283 homens e 306 mulheres.

Intenção de voto dos portugueses com distribuição de indecisos
Intenção de voto dos portugueses com distribuição de indecisos Euronews/Nascer do SOL

Em conjunto, a AD e a IL aproximam-se dos 41% dos votos, um valor próximo do que foi conseguido por António Costa quando conquistou a maioria absoluta. Tudo dependerá da abstenção e da distribuição de mandados de deputados.

Estes resultados incluem já a distribuição aritmética de indecisos que se mantém nos 19%. A margem de erro é de 4%.  Sem essa distribuição, 26,5% dos inquiridos disseram ter intenção de votar na AD, contra 20,7% que manifestaram a preferência pelo PS. Já André Ventura e o Chega recolheram 12,6% das intenções de voto, a Iniciativa Liberal 6,1% e o Livre 4,9%. O BE obteve  3,1% das intenções, a CDU 2,2% e o PAN 0,8%.

Um ponto importante é que do total de inquiridos, 89% garantem que irão votar e 78,1% dizem que já decidiram o sentido de voto. Estes dois valores tem subido de forma constante entre março e o início de maio. Questionados sobre se os debates televisivos tiveram influência o sentido de voto, a maioria (66%) garante que os confrontos não tiveram importância na escolha, contra 34% que dizem que sim. No entanto, 70% acreditam que eles foram importantes para a tomada de decisão dos restantes eleitores. Uma maioria, 60,3%, disse ter visto os debates de 2024 e de 2025

Já na perceção pública de qual vai ser o resultado, 62% dos inquiridos neste estudo acreditam que a AD irá vencer as eleições com maioria relativa, o valor mais elevado desde março. Uma esmagadora maioria (67,4%) entende também que apesar de uma vitória que poderá ser curta e não garantirá a estabilidade governativa, Luís Montenegro não deve fazer qualquer aliança com o Chega.

Sobre o favorito para ocupar o cargo de primeiro-ministro, Luís Montenegro continua a recolher as preferências dos inquiridos: 44,1% disseram preferir o líder da AD, comparando com 26,7% que escolheriam Pedro Nuno Santos e 14,6% que optariam por André Ventura.

Preferências para primeiro-ministro
Preferências para primeiro-ministro Euronews/Nascer do SOL

Problemas do país: saúde, habitação e imigração

O estado do Serviço Nacional de Saúde continua a estar no topo das preocupações dos portugueses. Nas respostas à sondagem da Consulmark2 para o Nascer do SOL e a Euronews, 51,4% dos inquiridos dizem que o que se passa no país ao nível do acesso a cuidados de saúde é o problema mais grave com que o Portugal se depara neste momento, um valor que representa uma subida de quase 3% em relação ao final de abril.

O dez problemas de Portugal
O dez problemas de Portugal Euronews/Nascer do SOL

O acesso à habitação é a segunda maior dificuldade com que os portugueses se deparam, com 37% dos inquiridos a dizerem que esse é um dos problemas mais graves de Portugal, embora a preocupação com o assunto tenha diminuído 6% em relação ao final do mês passado.

Em terceiro lugar na lista de preocupações dos inquiridos neste estudo de opinião – que no que diz respeito a esta questão em específico puderam dar respostas múltiplas –  está a imigração. Ao todo, 22,6%  dizem que é um problema com que Portugal se debate. O valor tem crescido desde o final de março de 2025. Então, apenas 9,8% consideravam a imigração um problema. Na primeira quinzena de abril o valor subiu para 11,1% e na segunda metade do mês já atingia os 20%.

Ao todo, 20% dos inquiridos apontam a educação como um problema do país, logo seguido do fraco desenvolvimento económico (18,2%) e da inflação/custo de vida (17,5%). Seguem-se ainda a desigualdade social (12,9%), a insegurança (11%), a má qualidade dos políticos (8,7%) e a corrupção (7,6%).  

Presidenciais: Gouveia e Melo mantém liderança

Apesar de uma ligeira quebra, o Almirante Gouveia e Melo continua a ser o preferido dos portugueses para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa no cargo de Presidente da República. Segundo a sondagem da Consulmark2 para o Nascer do SOL e a Euronews, o antigo chefe de Estado Maior da Armada reúne 27,7% das intenções de voto (menos 1,3% do que no final de abril) para as eleições presidenciais que deverão realizar-se em janeiro de 2026.

A sondagem foi realizada entre os dias 6 e 13 de maio, antes de Henrique Gouveia e Melo ter confirmado, na passada quarta-feira, em entrevista à Rádio Renascença, que será mesmo candidato à Presidência da República e que a sua candidatura deverá ser oficialmente apresentada no próximo dia 28 de maio.

Eleições presidenciais
Eleições presidenciais Euronews/Nascer do SOL

No segundo lugar, destacado dos restantes eventuais candidatos, está o único cuja candidatura ao Palácio de Belém já foi oficialmente apresentada: Luís Marques Mendes, apoiado para já pelo PSD, reúne 16,5% das intenções de voto.

Mais abaixo nesta lista está André Ventura. Depois de anunciar a apresentação da candidatura, o líder do Chega recuou após a queda do governo para se concentrar nas eleições legislativas e desde então não voltou a levantar o véu sobre as suas intenções. Nesta sondagem, é o preferido por 7,5% dos portugueses.

No campo socialista, ainda sem candidatos oficiais, os eleitores dividem-se com 6,1% a preferir António Vitorino contra 5,4% que optam por António José Seguro. O antigo secretário-geral socialista tem vindo a descer nas intenções de voto desde que a Consulmark2 começou a medir a intenção de voto nas presidenciais no início de abril. Todavia, quando é medido o confronto direto entre os dois, os inquiridos não tem dúvidas: 41,7% prefere Seguro a Vitorino para ser o candidato apoiado pelo PS.

Todavia, esta é uma corrida longe de estar fechada: há ainda 17,8% de inquiridos que não sabem em quem vai votar. 

Entrevista José Constantino Costa: “Não me parece descabido pensar numa maioria com a Iniciativa Liberal”

O diretor técnico da Consulmark2, responsável pelo estudo de opinião, salienta que há uma grande estabilidade na tendência de voto dos portugueses e identifica os pequenos detalhes que poderão decidir o resultado das eleições deste domingo.

Os quatro estudos de opinião sobre as intenções de voto dos portugueses para as eleições de 18 de maio, feitos pela Consulmark2 para o Nascer do SOL_e a Euronews entre o final de março e a primeira quinzena de maio, mostram uma enorme estabilidade nos resultados.

José Constantino Costa, diretor técnico da sondagem que há um ano foi a que mais se aproximou dos resultados finais, compara os resultados atuais com os de 2024, identifica os pequenos fatores que poderão definir o sentido de voto e também aquilo a que devemos ficar atentos na noite eleitoral.

Como é que estes resultados comparam com os de há um ano?

Não há grandes diferenças… também só passou um ano. O que parece acontecer é, à direita, a AD ganhar votos à custa do Chega que perde 2%, 3% (será o regresso a casa dos desiludidos com o mau comportamento de alguns deputados do Chega). À esquerda parece-me que o PS pode perder votos, sobretudo para o Livre – que poderá ser um dos vencedores da noite eleitoral –, já que o Bloco de Esquerda será castigado pelo tema das grávidas (esses votos também deverão ir para o Livre), a CDU manterá os 3, 4% e o PAN voltará a ter muita dificuldade (será que consegue?) em eleger um deputado. E haverá o interesse em saber o que se irá passar com o Juntos Pelo Povo (JPP). Numa sondagem com as características da nossa, é impossível prever se consegue, ou não, eleger um deputado, mas há entrevistados, na Região Autónoma da Madeira, a dizer que votam JPP.

Que conclusões tira das quatro recentes vagas? Há alguma tendência a destacar?

Os resultados foram sempre muito estáveis. Já em 2024 tinha sucedido o mesmo. Desde a primeira vaga, os resultados variaram muito pouco. A AD ganha, com maioria relativa, mas não me parece descabido pensar numa maioria com a Iniciativa Liberal. Para além da soma das percentagens dar 41%, há um fator que pode vir a ser determinante nestas eleições: a abstenção – e essa as sondagens não conseguem resolver porque toda a gente diz que vai votar… Um dos grandes motivos de interesse da noite eleitoral é saber quem é, ou não, prejudicado pela abstenção.

Qual a explicação para essa estabilidade?

Passou muito pouco tempo desde as últimas eleições. Os líderes continuam a ser os mesmos, as políticas as mesmas e as pessoas têm o seu voto determinado. Não houve razões determinantes para uma mudança.

 O número de indecisos pode ainda ser determinante?

Não me parece. Nesta vaga temos 19% de indecisos (que caíram no campo de não sabe, não responde/recusa). Em 2024, na última vaga, tivemos 23,5% e não ficámos muito longe dos resultados eleitorais. Vamos ver. Na Consulmark2 estamos todos muito entusiasmados. Uma garantia deixo: toda a equipa, desde entrevistadores, supervisores de campo e técnicos, trabalhou arduamente e com total honestidade. Só espero que os nossos entrevistados também o tenham sido.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Mais de 300 mil eleitores registados para o voto antecipado em Portugal

Portugal vai expulsar cerca de 18.000 imigrantes ilegais antes das eleições legislativas antecipadas

Portugal vai reconhecer o Estado da Palestina no domingo