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Von der Leyen defende novas sanções da UE contra energia e bancos russos

Ursula von der Leyen anunciou novas sanções contra a Rússia.
Ursula von der Leyen anunciou novas sanções contra a Rússia. Direitos de autor  Virginia Mayo/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
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De Jorge Liboreiro
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A próxima ronda de sanções da UE contra a Rússia visará os bancos, a frota fantasma e o Nord Stream, disse Ursula von der Leyen esta sexta-feira.

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A União Europeia prepara-se para apertar a Rússia e obrigar Vladimir Putin a um cessar-fogo incondicional de 30 dias na Ucrânia, através de uma nova ronda de sanções que visará os setores energético e financeiro, afirmou Ursula von der Leyen.

A presidente da Comissão Europeia apontou a recusa de Putin em se encontrar com Volodymyr Zelenskyy na Turquia e em participar pessoalmente nas negociações como uma razão para avançar com restrições severas à economia russa.

"O presidente Zelenskyy estava pronto para se encontrar. O presidente Putin não apareceu. E isto mostra a verdadeira convicção do presidente Putin: ele não quer a paz", disse von der Leyen na sexta-feira de manhã, à chegada a uma cimeira de líderes europeus na Albânia.

"Para nós, é importante: queremos a paz. E, por isso, temos de aumentar a pressão sobre o presidente Putin até que ele esteja pronto para a paz".

De acordo com von der Leyen, o próximo pacote de sanções da UE irá perseguir os bancos de Moscovo, muitos dos quais já estão sujeitos a proibições abrangentes, e o Nord Stream I e II, os gasodutos que ligam a Rússia à Europa e que atualmente não estão operacionais.

Um porta-voz da Comissão afirmou que as sanções contra o Nord Stream ajudariam a "dissuadir qualquer interesse dos investidores em prosseguir qualquer atividade" no controverso projeto.

Bruxelas também procurará reduzir o limite de preço do petróleo bruto russo que o G7 e a Austrália impuseram no final de dezembro de 2022.

O limite proíbe as empresas ocidentais de prestar serviços aos petroleiros russos, como seguros, financiamento e sinalização, que vendem petróleo bruto acima de um preço de 60 dólares por barril. O limite manteve-se inalterado desde a sua aprovação, apesar das fortes flutuações no comércio mundial da Rússia e das amplas provas de evasão.

No início deste ano, os países nórdicos e bálticos pressionaram para que a iniciativa fosse revista, a fim de baixar o preço e reduzir os lucros energéticos do Kremlin.

Von der Leyen não especificou a que nível deve ser fixado o limite.

Dada a dimensão do G7, a mudança exigirá a bênção da Casa Branca, que até agora se absteve de impor novas sanções contra o Kremlin, apesar da recusa contínua de Putin em cumprir os termos estabelecidos por Donald Trump.

O porta-voz da Comissão Europeia referiu que a Comissão iria "contactar" Washington para garantir uma "ação coordenada" a nível internacional.

Bruxelas liga a Washington

Como forma de contornar o limite de preços do G7, Moscovo criou uma "frota sombra" de petroleiros envelhecidos e mal conservados, que utilizam estruturas obscuras de propriedade e de seguros.

A frota foi acusada de práticas enganosas, incluindo a transmissão de dados falsificados, a desativação dos seus 'transponders' para se tornarem invisíveis e a realização de múltiplas transferências de navio para navio para ocultar a origem dos seus barris. Os navios estão também sob intenso escrutínio por se envolverem em sabotagem contra as infraestruturas críticas da Europa.

Até à data, a UE colocou na lista negra mais de 350 navios pertencentes à "frota sombra" e está disposta a alargar o catálogo nas próximas semanas.

"Estas sanções estão a ser aplicadas. As receitas de petróleo e gás da Rússia caíram quase 80% em comparação com o período anterior à guerra. O défice da Rússia está a disparar. As taxas de juro são proibitivamente elevadas. A inflação está a aumentar, ultrapassando largamente os 10%", afirmou von der Leyen em Tirana.

"Estamos dispostos a fazer mais para levar o presidente Putin à mesa das negociações".

Os comentários da presidente da Comissão surgem dois dias depois de os embaixadores da UE terem aprovado o 17º pacote de sanções, de âmbito limitado e sem quaisquer restrições severas aos setores económicos da Rússia. O pacote estava a ser preparado há mais de um mês e não está relacionado com os recentes acontecimentos diplomáticos.

A "Coligação dos Interessados" estabeleceu inicialmente um prazo de segunda-feira para a Rússia aceitar um cessar-fogo temporário na Ucrânia, mas o dia chegou e passou sem repercussões imediatas. Desde então, não houve qualquer indicação de um novo prazo.

Entretanto, em Washington, o senador Lindsey Graham, um republicano pró-Ucrânia, está a recolher assinaturas bipartidárias para um novo plano de imposição de tarifas de 500% sobre os bens de qualquer país que compre petróleo, gás e urânio à Rússia. Se for aplicada, a medida poderá atingir duramente algumas nações europeias que ainda dependem de Moscovo.

Em Bruxelas, a possibilidade de aumentar os direitos aduaneiros sobre as exportações russas está a ganhar força, uma vez que a política comercial exige uma maioria qualificada, e não a unanimidade, para ser aprovada, o que significa que os vetos individuais de países como a Hungria e a Eslováquia não se aplicariam.

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