Como integrar os pacientes na melhoria do diagnóstico e dos tratamentos?

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De  Claudio Rosminoeuronews
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Na Dinamarca, os pacientes podem preencher um questionário online para fornecer informações ao médico, antes da consulta.

Na Dinamarca, os pacientes podem preencher um questionário online para fornecer informações ao médico, antes da consulta. 

O dispositivo visa melhorar a comunicação entre os doentes e os profissionais de saúde. Graças a um questionário específico, os pacientes dinamarqueses podem fornecer ao médico informações sobre o seu estado de saúde, o que lhe dá um papel ativo no acompanhamento da doença. 

"É muito útil, porque, muitas vezes, quando vejo o meu médico, esqueço-me de lhe dizer algo. Mas neste caso, é preciso preencher um questionário antes da consulta. Deste modo, temos tempo para pensar em tudo, e o médico poderá dar resposta às muitas perguntas que habitualmente, surgem, uma de cada vez", disse à euronews Hanne Dalgaard Christensen, paciente dinamarquesa.

As vantagens dos Resultados relatados pelo paciente

O questionário intitulado Patient reported outcomes (Resultados relatados pelo paciente), o questionário inclui questões sobre os sintomas, a qualidade de vida e as atividades diárias dos pacientes. 

Poupar tempo, envolver o paciente e melhorar a terapia e os conhecimentos sobre a doença são algumas das vantagens do questionário preenchido online.

O contributo da perceção do doente para a melhoria dos cuidados de saúde

No Hospital Universitário de Aarhus, na Dinamarca, o questionário é utilizado principalmente no acompanhamento de doenças crónicas, que implicam consulta regulares. 

A perceção do paciente sobre a doença contribui para melhorar a qualidade dos cuidados de saúde. O médico dispõe de mais informações para definir o tratamento.

"Os resultados comunicados pelos pacientes são uma excelente forma de obter uma visão dos sintomas de um paciente antes de poder vê-lo na na clínica. Quando vemos o paciente, já temos muitas respostas e depois sabemos quais são os pontos em que nos devemos concentrar, se existem sintomas relacionados com essa doença intestinal crónica e se precisamos de alterar o tratamento médico", explicou Mette Julsgaard, gastroenterologista, do Hospital Universitário de Aarhus.

O espaço europeu de dados de saúde

Com base na Inteligência Artificial, os dados são submetidos a uma primeira análise para facilitar o processo.

"Os questionários são processados, com um algoritmo, para ver se o paciente está bem e se é preciso ou não falar com ele ou vê-lo. Nalguns casos, o resultado é amarelo, é necessário telefonar ao paciente. Noutros é vermelho, o que significa que é necessário ver o doente", detalhou Lisbeth Kallestrup, diretora do departamento de Qualidade e Envolvimento dos Pacientes, do Hospital Universitário de Aarhus.

"Desta forma, temos a informação necessária para poder dedicar o nosso tempo aos pacientes que estão doentes e não aos pacientes que, nesse preciso momento, estão numa situação de bem-estar”, acrescentou a responsável.

No futuro, a implementação do Espaço Europeu de Dados de Saúde deverá favorecer uma nova abordagem da medicina, em toda a União Europeia. Uma iniciativa que tem como base a recolha e partilha de dados de saúde.

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