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Autoridades pedem ação "urgente" numa altura em que algumas infeções sexualmente transmissíveis atingem novos máximos na Europa

Um homem estende um preservativo.
Um homem estende um preservativo. Direitos de autor  Canva
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De Gabriela Galvin
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Os casos de sífilis e gonorreia dispararam em 2023, com aumentos notáveis entre os jovens, segundo as autoridades de saúde.

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A Europa está a tornar-se um foco de infeções sexualmente transmissíveis (IST), segundo revela um novo relatório.

O número de casos de sífilis e gonorreia aumentou em 2023, embora a clamídia continue a ser a IST mais comum. A gonorreia resistente a antibióticos é, por sua vez, uma ameaça emergente, de acordo com o último relatório anual do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).

Em 2023, registaram-se quase 100.000 casos de gonorreia na União Europeia, Islândia, Liechtenstein e Noruega.

Trata-se de um aumento de 31% em relação ao ano anterior e de mais de 300% em relação a 2014, aponta o relatório.

Os casos de sífilis também aumentaram. Contabilizaram-se mais de 40.000 casos em 2023, um aumento de 13% em relação a 2022 e o dobro dos reportados em 2014.

Se não for tratada, a gonorreia pode causar sérios problemas de saúde, incluindo infertilidade e doença inflamatória pélvica. A sífilis, se não for devidamente tratada, pode causar complicações a longo prazo no coração e no sistema nervoso, segundo o ECDC, e pode ser transmitida de uma mulher grávida para o seu bebé.

Embora o aumento do número de casos de clamídia pareça ter estabilizado, esta continua a ser a IST bacteriana mais comum na Europa, com mais de 230.000 casos em 2023, o que representa um aumento de 13% em relação a 2014.

Porque é que se tem registado um aumento das infeções sexualmente transmissíveis?

Segundo o ECDC, existem algumas razões possíveis para o aumento das IST, incluindo a realização de um maior número de testes em determinados grupos, a menor utilização do preservativo e um maior número de parceiros sexuais.

A agência afirmou ainda que "as conclusões sublinham a necessidade urgente de aumentar a consciencialização pública, a prevenção, a despistagem e os esforços de tratamento para fazer face a este problema crescente de saúde pública".

As autoridades também alertaram para o risco de resistência antimicrobiana (RAM) - quando as bactérias ou outros agentes patogénicos evoluem ao ponto de os antibióticos deixarem de os poder tratar eficazmente - no caso da gonorreia.

A agência tinha avisado anteriormente que a gonorreia estava a tornar-se mais difícil de combater com recurso a antibióticos, refletindo assim uma tendência global.

"O aparecimento de estirpes resistentes aos medicamentos ameaça a eficácia dos tratamentos atuais, pelo que é fundamental dar ênfase à prevenção e promover uma utilização responsável dos antibióticos", afirmou o ECDC.

No ano passado, a agência alertou para o facto de o aumento "assombroso" de casos registado constituir um grave problema de saúde pública para a Europa.

Mas as tendências referentes a 2023 sugerem que os esforços para combater as IST não têm sido suficientes para travar a sua propagação, especialmente entre os jovens.

As mulheres na casa dos 20 anos foram as que registaram as taxas mais elevadas de clamídia e gonorreia em 2023, embora os casos de gonorreia tenham aumentado em todos os grupos etários e orientações sexuais, segundo o relatório.

Entretanto, os homens com idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos foram os que apresentaram a taxa mais elevada de sífilis. A maioria dos casos da doença foi registada entre homens homossexuais e bissexuais, mas a taxa também aumentou entre as mulheres de todos os grupos etários em 2023.

A agência apelou, consequentemente, ao uso regular de preservativos e a uma "comunicação aberta e honesta" com os parceiros sexuais, tendo apontado ainda que as pessoas sexualmente ativas devem fazer regularmente testes de DST, porque as pessoas infetadas nem sempre apresentam sintomas.

"A deteção e o tratamento precoces são essenciais para evitar novas transmissões e potenciais complicações", afirmou o ECDC.

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