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Europa enfrenta ameaça crescente de infeções resistentes a fármacos, alertam autoridades de saúde

Profissional de saúde segura antibióticos
Profissional de saúde segura antibióticos. Direitos de autor  Canva
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De Gabriela Galvin
Publicado a Últimas notícias
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A resistência a antimicrobianos provoca mais de 35.000 mortes por ano em toda a região.

As superbactérias resistentes a medicamentos são uma ameaça crescente para a saúde em toda a Europa e podem "anular anos de avanços médicos", alertaram as autoridades de saúde num novo relatório.

A resistência aos antimicrobianos (RAM) ocorre quando agentes patogénicos, como bactérias ou vírus, evoluem ao ponto de conseguirem escapar aos medicamentos existentes, tornando as infeções mais difíceis de tratar e procedimentos como transplantes de órgãos e tratamentos oncológicos mais arriscados.

A RAM provoca mais de 35 mil mortes por ano na União Europeia, Islândia, Liechtenstein e Noruega, segundo estimativas do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) divulgadas na terça-feira.

Um conjunto de fatores criou uma “tempestade perfeita” para a RAM, afirmou a agência: o envelhecimento da população europeia torna-a mais vulnerável a infeções; os agentes patogénios resistentes a medicamentos estão a espalhar-se além-fronteiras; médicos e doentes estão a recorrer em excesso aos antibióticos; e existem lacunas críticas nos esforços de prevenção e controlo de infeções.

“É preciso garantir que ninguém na Europa fique sem uma opção de tratamento eficaz”, disse Diamantis Plachouras, que lidera o trabalho do ECDC sobre a RAM e as infeções associadas aos cuidados de saúde.

Em 2023, o Conselho da UE fixou cinco metas para os Estados-membros: reduzir o uso de antibióticos, garantir que pelo menos 65% dos antibióticos utilizados sejam de primeira linha e reduzir o número de novas infeções sanguíneas causadas por três tipos de bactérias resistentes aos medicamentos.

Porém, a Europa só cumpriu um destes objetivos até agora, indica o relatório. Em comparação com a base de referência de 2019, as novas infeções sanguíneas por Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) diminuíram 20,4%, superando a meta de 15%.

O bloco não se sai tão bem noutras medidas. Desde 2019, as novas infeções sanguíneas causadas por outra destas bactérias, a Klebsiella pneumoniae resistente aos carbapenemes, aumentaram mais de 60%, apesar de a meta apontar para uma redução de 5%, referiu o ECDC.

Entretanto, as infeções causadas por uma estirpe de Escherichia coli (E. coli) altamente resistente subiram mais de 5%, apesar da meta de redução de 10%.

Os europeus também estão a tomar mais antibióticos do que no passado, e muitos deles são fármacos que, segundo as autoridades, só devem ser usados em último recurso, caso os medicamentos de primeira linha não sejam eficazes.

Em paralelo, existem poucos antibióticos novos no horizonte para combater bactérias prioritárias, como as gram-negativas resistentes aos carbapenemes (CR-GNB), indicou o ECDC.

A diretora do ECDC, Pamela Rendi-Wagner, afirmou que a Europa precisa de investir mais na promoção do uso responsável de antibióticos, no controlo de infeções e no desenvolvimento de novos antibióticos.

“Combater a RAM exige inovação crítica”, afirmou em comunicado.

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