Temos Papa até à Semana Santa

Temos Papa até à Semana Santa
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
PUBLICIDADE

No 1° dia de Março a Santa Sé também vive o seu primeiro dia de “Sede Vacante”. O Cardeal Angelo Sodano, Decano dos Cardeais deverá convocar em breve as Congregações Gerais dos Cardeais, provavelmente, para segunda-feira dia 4.
Ao iniciar a Sede Vacante, a Guarda Suíça cessou o serviço em Castel Gandolfo, no último dia de fevereiro às 20 horas locais.
Concluiu-se, assim, oficialmente, o ministério de Bento XVI como Papa.

Não há perfil que reúna unanimidade dos 115 cardeais eleitores como favorito para ser o próximo Papa.

Mas há nomes que estão a circular pelos Media como mais “papáveis”: o italiano Angelo Scola, o canadiano Marc Oullet, o brasileiro Odilo Scherer, o ganês Peter Turkson e o americano Timothy Dolan.

A vida dos cardeais será analisada do ponto de vista da Igreja em termos de experiência pastoral, ensinamento teológico, caráter administrativo, caráter político, de mediador de conflitos e pelo conjunto da obra.O Conclave pode ser convocado para 11 de março e depois de três ou quatro dias pode haver Papa. No Vaticano, não se duvida que os rituais da Semana Santa, que começa a 24 de março, já sejam presididos pelo sucessor do Apóstolo Pedro.

Bento XVI despediu-se com originalidade:

“Entre vós, está o novo Papa a que, hoje, declaro a minha incondicional reverência e obediência”.

Para que apareça na chaminé da capela Sistina o fumo branco (e dobrem os sinos), tem de ser alcançada uma maioria de dois terços e nos boletins de voto tem de estar escrito em latim: “Eligo in Summum Ponticem”. A seguir, o Papa eleito diz ao cardeal decano por que nome quer ser chamado.O colégio Cardinalício tem, então, de jurar obediência.

A euronews entrevistou o Cardeal mais idoso do Conclave, Severino Poletto.
Arcebispo emérito de Turim, com 80 anos, já em 2005 votou na eleição de Bento XVI, o papa que acaba de dizer adeus sem conhecer o sucessor.
Manuela Scarpellini euronews – Cardeal , estamos no fim de um período histórico e inédito de um pontificado atribulado e muito humano. Como vive este momento?

Severino Poletto, Cardeal italiano – Vivo tudo isto com um grande espírito de admiração e emoção pelo papa Bento XVI, por este gesto de coragem, humildade e amor para com a Igreja e Jesus Cristo, pois ele disse-o na audiência geral. Eu refleti, orei, tentei compreender. Este gesto, de uma certa gravidade que reconheço, faço com grande serenidade pois coloquei Jesus Cristo e o bem da Igreja à frente da minha pessoa.

euronews – Durante o conclave, vós, os cardeais, devem ter em conta os casos sensíveis que o próximo Papa vai ter de resolver: a pedofilia no clero, as finanças obscruras… acha que vão complicar a escolha?

Severino Poletto, Cardeal italiano – Não acredito nisso, nós devemos escolher o melhor. Vamos pedir ao Senhor que nos inspire a escolher aquele que O Senhor já escolheu. O Senhor já saba quem escolheu. Os problemas que a Igreja teve não devem ser exagerados. Não os nego. Até o Papa pediu perdão e afirmou ter vergonha desses erros e de certeza que sofreu no caso dos segredos filtrados.
Mas são factos que fazem parte da história das criaturas humanas, mesmo eclesiásticas, que podem ter fraquezas que não devem ser generalizadas, e que não podem influenciar na escolha da pessoas. A escolha da pessoa deve ser motivada por uma visão espiritual do homem que o Senhor nos sugere, e que eu ainda não conheço, o que vejo é um quadro branco à minha frente.
O homem que O Senhor nos sugere que, com a sua espiritualidade, com a sua fé, a sua preparação cultural, pastoral, etc, é capaz de conduzir a Igreja pelos trilhos de João Paulo II e Bento XVI.

euronews – Será que vai durar muito tempo, por causa da divisão dos Cardeais?

Severino Poletto, Cardeal italiano – As divisões internas no Colégio dos Cardeais são, a meu ver, invenções dos jornalistas, pois imediatamente a seguir ao anúncio da demissão de BentoXVI, a 12 de fevereiro, alguns diários italianos falavam já de grupo de cardeais “papáveis”.

euronews – Dentro de horas começam as Congregações gerais, jornadas para refletir sobre o futuro. Como imagina a Igreja de amanhã?.

Severino Poletto, Cardeal italiano – A Igreja que idealizo já realiza o meu sonho, é aquela que é anunciada pelo Evangelho e do Papa cessante, Bento XVI, que ficará na memória de todos como o Papa que, no ano passado, decretou o ano da Fé e fez um Sínodo sobre a evangelização com o objetivo de relembrar ao mundo a responsabilização de uma nova evangelização para evitar que a fé enfraqueça, principalmente nas regiões com longa tradição católica, como a Europa.

euronews – Que saudação faz ao Papa e que votos para o próximo?

Severino Poletto – Uma saudação de grande afeto, reconhecimento, emoção pelo nível muito elevado do seu ministério. O voto para o Papa do futuro é que seja rico de graça, que sinta o espírito do Senhor, a graça de Deus e de sentir também o apoio e a comunhão de todos nós.

euronews – Na Páscoa já teremos um novo Papa?

PUBLICIDADE

Severino Poletto, Cardeal italiano – Ainda falta um mês, espero que em menos de um mês consigamos fazer todo o trabalho de preparação das Congregações do Conclave. Será problemático se durar mais. Desejo que considamos,.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Papa deixa hospital sob aplausos nove dias após cirurgia

Francisco contido nos elogios a Bento XVI

Marselha recebe o Papa pela primeira vez em cinco séculos