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Mercosul: PE e UE em discordância por causa do acordo sobre salvaguardas para os agricultores

Um trabalhador monta um cavalo em frente ao gado de corte num curral de um confinamento em Roque Perez, Argentina
Um trabalhador monta um cavalo em frente ao gado de corte num curral de um confinamento em Roque Perez, Argentina Direitos de autor  Copyright 2025 The Associated Press. All rights reserved
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De Vincenzo Genovese & Peggy Corlin
Publicado a Últimas notícias
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O Parlamento Europeu confirmou uma "cláusula de reciprocidade" polémica que pode fazer descarrilar o acordo comercial entre a UE e o Mercosul, e espera-se que os Estados-Membros a rejeitem nas próximas negociações.

Os legisladores europeus e os governos da UE estão a encaminhar-se para um confronto sobre até onde deve ir a proteção dos agricultores no âmbito do acordo comercial com o Mercosul.

Na terça-feira, os eurodeputados aprovaram uma cláusula de salvaguarda para o acordo, uma medida destinada a reforçar o controlo do mercado da UE em caso de aumento das importações provenientes da América Latina, com a suspensão das reduções pautais em caso de perturbações graves.

O pacote aprovado pelos legisladores incluía tambémuma alteração que exigia que os produtos do Mercosul cumprissem as normas de produção da UE em matéria de ambiente e saúde - uma medida que contraria as garantias já aprovadas pelos Estados-Membros.

O acordo, celebrado em 2024, abriu profundas divisões na Europa. Os agricultores da UE argumentam que o acordo os exporia à concorrência desleal das importações latino-americanas, enquanto os apoiantes afirmam que abriria novos mercados vitais para a economia da UE.

"As cláusulas de salvaguarda e as cláusulas-espelho são complementares: não se pode proteger o mercado apenas com base nos volumes e nos preços sem proteger os nossos agricultores da concorrência desleal. Tudo o resto não passa de fumo e espelhos", afirmou o eurodeputado belga Benoît Cassart (Renew), que promoveu a introdução da alteração.

Estados-Membros na linha

O acordo do Mercosul, celebrado entre a Comissão Europeia, por um lado, e a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai, por outro, tem por objetivo criar uma zona de comércio livre transatlântica que abranja 700 milhões de pessoas.

A cláusula de salvaguarda da Comissão obteve o apoio dos Estados-Membros em novembro e espera-se que os 27 votem o acordo completo esta semana. Mas o apoio às salvaguardas não equivale a uma aprovação do acordo no seu conjunto, com os opositores a afirmarem que apoiaram as medidas apenas para garantir uma melhor proteção dos agricultores, caso o acordo acabe por entrar em vigor.

O principal ponto de discórdia é uma "cláusula de reciprocidade" proposta pelos eurodeputados, que imporia normas de produção da UE aos produtos do Mercosul, uma disposição ausente do texto aprovado pelos Estados-Membros. As conversações entre os legisladores e os governos da UE para encontrar uma solução para o problema deverão ter início na tarde de quarta-feira.

O resultado poderá alimentar ainda mais a ira entre os agricultores da UE, que planeiam protestar na quinta-feira durante uma cimeira da UE, argumentando que as salvaguardas são insuficientes.

No domingo, a França apelou ao adiamento da votação do acordo na sua totalidade. Os agricultores franceses estão zangados com a forma como o governo lidou com a doença da pele nodular, um vírus bovino altamente contagioso.

As salvaguardas e as cláusulas de reciprocidade estão há muito entre as principais exigências de Paris.

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