A posição de Itália é crucial, uma vez que a França, a Hungria, a Polónia e a Áustria se opõem ao acordo, que requer a aprovação de uma maioria qualificada.
A assinatura do acordo UE-Mercosul nos próximos dias é "prematura", disse a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni durante um discurso no parlamento em Roma, na quarta-feira.
A hesitação da Itália em apoiar o acordo provavelmente arruinaria o plano da Comissão Europeia de assinar o acordo comercial com os países sul-americanos no sábado em Foz do Iguaçu, uma cidade fronteiriça entre a Argentina e o Paraguai.
A posição da Itália é fundamental, uma vez que a França, a Hungria, a Polónia e a Áustria se opõem ao acordo. A Irlanda e os Países Baixos, apesar de se terem oposto no passado, não declararam oficialmente a sua posição. A Bélgica abster-se-á.
A Itália é o centro das atenções, uma vez que é necessária a maioria qualificada para dar à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o mandato para assinar o acordo.
"É necessário esperar que o pacote de medidas adicionais para proteger o setor agrícola seja finalizado, explicado e discutido com os nossos agricultores", disse Meloni no seu discurso na Câmara dos Deputados italiana antes da cimeira do Conselho da UE, na quinta-feira.
"Isto não significa que Itália pretenda bloquear ou opor-se ao acordo, mas só o aprovaremos se incluir garantias adequadas de reciprocidade para o nosso setor agrícola", disse Meloni.
"E estou muito confiante de que, com o início do novo ano, todas essas condições podem ser atendidas."