Airbus: Lucros aumentam 22% e produção vai acelerar

Airbus: Lucros aumentam 22% e produção vai acelerar
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De  Euronews
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O Grupo Airbus encara 2014 com prudência, depois de 2013 ter sido um bom ano. Os resultados da antiga EADS registaram uma forte subida.

O grupo europeu de aeronáutica e defesa prevê novos custos com a reestruturação e o modelo A350, que deverá ser colocado em serviço até ao final do ano.

Segundo as contas publicadas esta quarta-feira, o volume de negócios aumentou 5% para 59,2 mil milhões de euros. Já os lucros dispararam 22%, face ao ano precedente, para 1,465 mil milhões de euros.

No ano passado, a Airbus conseguiu 1619 encomendas. Um valor acima da meta fixada e superior à rival norte-americana Boeing, graças à procura asiática e do Médio Oriente. Neste contexto, o grupo anuncia um aumento da produção do A320 a partir da segunda metade de 2016.

Para abordar os desafios do grupo, a euronews falou com o presidente executivo do grupo Airbus, Tom Enders.

Giacomo Segantini, euronews: Há um grande contraste entre a procura na Europa e noutros mercados. Com a aceleração do crescimento em zonas como o Médio Oriente, o Grupo Airbus vai tornar-se mais global também em termos de produção?

Tom Enders, presidente executivo da Airbus: Sem dúvida. O Grupo Airbus já é muito internacional. Em comparação com o que éramos há cinco ou dez anos, há um grande contraste e verá que trabalhamos muito para a internacionalização. Veja-se a construção de uma linha de produção na China, que está a operar com grande eficácia. Construímos uma linha de produção num dos maiores mercados da aviação, os Estados Unidos. Está situada em Mobile, no Alabama. Temos também muitos centros de engenharia em todo o mundo.

euronews: Tiveram resultados brilhantes na aviação civil, mas estão a reestruturar em profundidade as divisões de defesa e espaço. É a estratégia para os próximos anos? Estão a caminho de atingir margens de lucros de 10% até 2015?

T. Enders: Posso confirmar que estamos bem encaminhados. Progredimos todos os anos. Por exemplo, se incluirmos o programa A350 na meta dos 10%, isso traduz-se numa margem de 7-8%. Já explicamos aos investidores no ano passado que estamos a progredir. A reestruturação das divisões de defesa e espaço é exatamente para melhorar a rentabilidade e a competitividade. Face aos progressos dos últimos 12 meses, estou muito confiante de que poderemos atingir as nossas metas.

euronews: O grande desafio dos próximos anos será manter o ritmo de produção e entrega. É verdade ou está mais preocupado com eventuais cancelamentos repentinos de encomendas?

T. Enders: Sobre esse ponto estamos sossegados. Temos mais de 500 grandes aparelhos no caderno de encomendas e no ano passado juntaram-se mais 1500. Enquanto a nossa produção ronda os 600. Mas estamos a tentar entregar o mais depressa possível os aviões aos clientes e decidimos aumentar de novo a produção da nossa joia, o modelo A320. Passaremos de 42 a 46 aviões por mês, em meados de 2016, e ponderamos um novo aumento no ano seguinte.

euronews: Após as perdas impostas pela última reorganização, há quem tema que a ausência de novos programas de desenvolvimento de aviões possa ter um impacto no emprego, sobretudo, para os subempreiteiros na área de engenharia. É o caso? Estão a abrandar o ritmo de renovação para a empresa ter tempo de absorver os custos?

T. Enders: É óbvio. O desenvolvimento de um novo avião pode custar dez, 12 ou 15 mil milhões de euros, ou mesmo mais, no pior dos casos. Já os custos de modernização de um aparelho, como fizemos com o A320, é uma fração. Mas o mais importante é o desenvolvimento adicional. Isso não significa que vamos parar completamente com os programas de desenvolvimento e vamos preparar-nos para o futuro em termos de pesquisa e desenvolvimento. Mas nunca demos garantias aos nossos engenheiros nem aos subempreiteiros de que iríamos aumentar sempre a nossa área de engenharia. Isso significa altos e baixos, mas, em geral, esperamos continuar a ser criativos e inovadores como no passado. Talvez de forma um pouco diferente daquela que fomos nas últimas décadas.

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