Charlie Hebdo: 12 vítimas mortais com nome próprio

Charlie Hebdo: 12 vítimas mortais com nome próprio
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Wolinski: "O humor não é interdito em nenhum tema nem deve recuar perante nada, excepto perante a maldade. Somos ferozes, mas não somos maus"

PUBLICIDADE

Das 12 vítimas mortais do atentado no Charlie Hebdo, 10 estavam na sala da redação, onde decorria a reunião semanal de edição.

O chefe de equipa da SODEXO, a mesma empresa de serviços que trabalha com a euronews, Frederic Boisseau, pai de dois filhos, foi atingido na entrada do edifício, onde fazia a manutenção.

Franck Brinsoralo era o brigadeiro de serviço de proteção – prestada desdde 2011, aquando da publicação das caricaturas dinamarquesas de Maomé.

Jean Cabut, Cabu, 76 anos, o conhecido amante de jazz com corte de cabelo de tijela e ar de eterno jovem…

“Cada religião é uma ideologia. Podemos criticar todas as ideologias, não percebo porque não o havíamos de fazer e continuaremos a fazê-lo” – dizia.

A responsável pela rubrica Divan, Elsa Cayat, era a psiquiatra e psicanalista de serviço: “Violência, modo de emprego”, “Genese do Holocausto“são exemplo dos seus artigos.

Charb – Stephane Charbonnier – era o diretor e desenhou a diabólica premonição antes de morrer.

Defendia a publicação com veemência:

“- Se começarmos a dizer sim, tenho medo e acaba-se aqui, então deixamos de fazer jornais, de provocar polémica, paramos com a imprensa, terminamos com a liberdade de imprensa”.

Um dos sobreviventes assistiu à morte de Honoré, também colaborador do Petit Larousse, Le Monde e Libération, que tweetou o último post do Charlie Hebdo uns instantes antes de morrer.

A Universidade de Paris, o Grupo France Inter e a Radio France também perderam o economista e colaborador do Charlie, Bernard Maris.

Ahmed Merabet, um polícia muçulmano, de 41 anos, da brigada VTT, também foi apanhado na malha da tragédia das execuções. Depois de ferido, foi abatido no exterior. Era pai de uma menina de um ano, e a sua morte foi divulgada nas redes sociais.

Mustapha, também muçulmano, revisor do Charlie Hebdo há 10 anos, estava feliz: de origem argelina, tinha acabado de obter a nacionalidade francesa.

O jornalista- fundador dos Encontros dos cadernos de viagens de Clermont-Ferrand, Michel Renaud, estava ali como convidado de Cabu, que tinha estado num festival que organizou.

Bernard Verlhac, era “Tignous. Com ele foi-se o pilar do Charlie Hebdo e de Fluide Glacial. Tinha um humor cáustico.

E o membro do Hara Kiri dos anos 60, “Wolinski”, com 80 anos, defendeu sempre:

“O humor não é interdito em nenhum tema nem deve recuar perante nada, excepto perante a maldade. Somos ferozes, mas não somos maus”.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

França: Viver com o terrorismo

Charlie Hebdo: uma ferida aberta um ano depois

O que mudou em França após o ataque ao Charlie Hebdo?