A Ucrânia inicia esta sexta-feira as consultas com os credores do país para conseguir renegociar a dívida de mais de 70 mil milhões de dólares
A Ucrânia inicia esta sexta-feira as consultas com os credores do país para conseguir renegociar a dívida de mais de 70 mil milhões de dólares, depois de obter o financiamento do FMI, na quarta-feira.
Kiev vai receber 17.500 milhões de dólares do organismo nos próximos quatro anos, quando o conflito no leste do país se soma a uma recessão económica e a uma desvalorização profunda da moeda nacional.
O primeiro-ministro ucraniano, Arseniy Yatsenyuk saudou o acordo com o FMI, que se soma a um pacote de ajuda europeia e norte-americana que totaliza 40 mil milhões de euros.
Em troca Kiev terá que realizar reformas económicas, em especial ao nível fiscal e do aumento das tarifas de gás.
O governo ucraniano que já recebeu 5 mil milhões de dólares do FMI espera receber uma nova tranche do mesmo valor, aquando da revisão do programa prevista para entre maio e junho.
Um empréstimo que poderá não bastar segundo o analista, Mykhailo Kukha:
“A Ucrânia vai receber este ano 10 mil milhões de dólares que vão evitar a bancarrota este ano. Mas este valor não pode ser utilizado para pagar as despesas feitas em moeda nacional, nomeadamente os orçamentos para a política social ou defesa. Este dinheiro destina-se apenas a cumprir as obrigações em termos do reembolso da dívida externa”.
Mas o ponto mais sensível da ajuda internacional são as condições impostas à Ucrânia para beneficiar do empréstimo.
Kiev terá que respeitar o cessar-fogo no leste do país e mais difícil ainda, evitar um reacender do conflito.