Grécia anuncia regresso a Bruxelas com contrapropostas para os credores

Grécia anuncia regresso a Bruxelas com contrapropostas para os credores
De  Francisco Marques  com Reuters

A Grécia anunciou o regresso este sábado à mesa das negociações com os credores internacionais em busca de uma solução que permita manter os gregos

A Grécia anunciou o regresso este sábado à mesa das negociações com os credores internacionais em busca de uma solução que permita manter os gregos na zona euro. Um dia depois de se terem reunido em Bruxelas, o primeiro-ministro helénico, Alexis Tsipras, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, voltaram a falar por telefone, esta sexta-feira, e terão preparado os próximos passos a dar rumo ao acordo que permita a Atenas evitar o incumprimento no fim do mês e manter-se parte da zona euro.

Sabe-se que o executivo liderado por Tsipras se reuniu de emergência esta tarde e pouco depois surgia a informação de que uma delegação grega irá estar em Bruxelas para voltar a negociar com os credores internacionais — desconhece-se se o Fundo Monetário Internacional (FMI) irá voltar à mesa depois de ter suspendido as negociações na quinta-feira.


Fonte oficial grega garantiu à Reuters sob anonimato que as partes estarão perto de um acordo porque Atenas estará 0,25 por cento do objetivo traçado para o superavit primário, isto é, o dinheiro que permite à Grécia respeitar os contratos de retribuição dos resgates financeiros. Atenas tem contra-propostas para apresentar com vista a um acordo de “dinheiro-por-reformas.”

Fora das contra-propostas estará o aumento do IVA na eletricidade exigido pelos credores internacionais, incluindo a União Europeia e o FMI. O foco da estratégia grega estará em questões fiscais.


A mesma fonte apelou à União Europeia para mostrar “vontade política” no processo e referiu ser “inimaginável” que os parceiros europeus possam admitir o divórcio com a Grécia por uma “diferença tão pequena” e ao mesmo tempo opôr-se à restituição dos direitos laborais dos trabalhadores gregos.

Na rua, contudo, o pessimismo aumenta tal como a divisão face ao futuro imediato do país. Por um lado, os gregos manifestam-se contra a austeridade que teima em não abrandar. Por outro, uma sondagem recente revela que 77,4 por cento da população quer manter-se na zona euro.

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