Irão enterra 270 mártires da guerra com o Iraque de há mais de 30 anos

Irão enterra 270 mártires da guerra com o Iraque de há mais de 30 anos
De  Euronews

Entre os corpos recuperados, estavam 175 mergulhadores militares que terão morrido na sequência da chamada Operação Kerbala 4. A descoberta dos cadáveres levantou indícios de terem sido enterrados viv

Realizou-se esta terça-feira em Teerão o funeral de 270 iranianos que terão sido mortos durante a guerra com o Iraque, na década de 80, do século passado. Entre os mártires, estavam 175 mergulhadores militares que terão participado na chamada Operação Kerbala 4.

A forma como foram descobertos os cadáveres destes mergulhadores numa vala comum — alguns algemados — levantou indícios de terem sido enterrados vivos.



A recente proximidade entre os dois países, ao abrigo da guerra contra o grupo Estado Islâmico, foi o que permitiu a Teerão recuperar os corpos destas vírimas da guerra de 1980-1988.

“Estes mortos provêm de uma batalha entre dois países que estiveram em guerra há muitos anos. Dois países que hoje em dia têm boas relações e que estão a lutar em conjunto contra um inimigo comum”, salientou Javad Montazeri, o correspondente da euronews em Teerão, que acompanhou as cerimónias fúnebres.


O funeral destes homens vítimas de uma guerra que terminou há quase 30 anos tocou fundo nos iranianos. “Temos um grande respeito por aqueles que foram mortos a defender os nossos altares sagrados no Iraque (n.r.: Kerbala e Najaf). Nós também vamos continuar a lutar até ao nosso último fôlego”, prometeu um jovem iraniano. Um outro, segurando um cartaz onde se lia “abaixo os Estados Unidos”, afirmou: “É o meu dever defender as fronteiras do meu país como todos aqueles que morreram e que eram todos mais novos que eu. Mas eles deram-nos uma grande lição de honra.”

Os mortos agora enterrados ainda tem de ser identificados. Através de amostras dos cadáveres e de alguns objetos que estavam junto dos corpos, este processo poderá levar ainda cerca de 45 dias.

Números oficiais estimam, por fim, que se mantém desaparecidos cerca de 8000 iranianos quase três décadas depois do fim de uma guerra entre o Irão e o Iraque que ainda hoje derrama muitas lágrimas.

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