Referendo na Grécia: vitória contundente do "Não"

Resultados oficiais: Com cerca de 85% dos boletins contados, o “Não” conquista 61.54% dos votos e o “Sim” 38.46%
Com a vitória do “Não”, a equipa do governo de Tsipras deve voar ainda este domingo para Bruxelas. Últimos dados apontam para uma participação a rondar os 60%.
Na primeira declaração ao país, o ministro das Finanças grego, Yannis Varoufakis disse que “não haverá novo empréstimo sem reestruturação da dívida”. Este será então o ponto de partida para as negociações. Varoufakis garantiu que o governo grego não irá aceitar quaisquer novos empréstimos sem que haja uma reestruturação da dívida. “Os gregos disseram hoje não a cinco anos de hipocrisia” e “devolveram aos credores o ultimato que lhes foi feito”.
O ministro das Finanças grego, Yannis Varoufakis, em declarações à CNBC, já tinha dito que terá um acordo com credores em 24 horas, se o “Não” vencer.
"In 24h we COULD have an agreement", I said. But our toxic media rushed to report that I predicted an agreement within 24h. Go figure!
— Yanis Varoufakis (@yanisvaroufakis) 5 julho 2015
O líder do partido Nova Democracia, Antonis Samaras, em reação à grande derrota do “Sim”, pelo qual fez campanha, apresentou a demissão.
Esta segunda-feira à noite, o presidente francês, François Hollande e a chanceler alemã, Angela Merkel, encontram-se em Paris para discutir o resultado do referendo grego.
Fonte do governo grego, citada pela Reuters, diz que o Banco da Grécia vai pedir ao Banco Central Europeu que aumente o teto máximo da liquidez de emergência para os bancos gregos.
Mas na semana passada, várias notícias deram conta que o BCE recusou um aumento de seis mil milhões de euros na liquidez de emergência, o que provocou o controlo de capitais instaurados no país.
Entretanto, a moeda única abriu na sessão nas praças asiáticas a cair 1% para 1,1007 dólares. Esta será uma reação aos primeiros resultados do referendo grego e à garantia por parte do BCE de que podem ser lançados mais estímulos monetários para assegurar a estabilidade financeira na zona euro.