Alemanha suspende Protocolo de Dublin para lidar com crise de refugiados

Na Alemanha, o governo federal anunciou esta terça-feira a suspensão da aplicação do protocolo de Dublin numa altura em que o país espera acolher até 800 mil refugiados este ano. No entanto, a falta de infraestruturas adequadas está a dificultar a tarefa. Por exemplo, na Baixa Saxónia, um campo de acolhimento com capacidade para 700 refugiados alberga neste momento 3 mil pessoas.
“Não temos lugar para ir, não há sítio para dormir. Ontem dormimos no restaurante. Houve quem dormisse ao relento; outros dormiram no corredor. Não há lugar. Há demasiada gente”, afirma um dos refugiados residentes no campo.
O governo alemão foi o primeiro país europeu a suspender a aplicação do protocolo de Dublin que define que os requerentes a asilo no espaço europeu devem permanecer no país de entrada. A suspensão do protocolo abre as portas à permanência no país de refugiados sírios.
A questão foi abordada esta terça-feira durante a visita ao campo do ministro do Interior alemão, Thomas de Mazière.
“Os habitantes de Friedland sabem o que é integração e são acolhedores mas esperam que seja feito algo urgente ao nível dos recursos. Ficaríamos muito agradecidos”, disse o
Durante a visita o alto funcionário condenou a ocorrência de um incêndio suspeito num ginásio que estaria a ser preparado para servir de alojamento de emergência para requerentes a asilo.
O sinistro teve lugar em Nauen, uma localidade próximo de Berlim.
Num incidente separado, a sede do Partido Social-Democrata, SPD, em Berlim foi evacuada este terça-feira devido a um alerta de bomba.
O alerta ocorreu após a visita do presidente do partido Sigmar Gabriel a Heidenau, localidade da antiga RDA e palco de confrontos violentos durante o fim de semana.
Segundo a secretária-geral do SPD, o partido teria recebido várias ameaças de tipo racista após a visita de Sigmar Gabriel.