A dor e a revolta na Turquia após o pior atentado de sempre no país

A Turquia recordou as vítimas do pior atentado bombista de sempre no país, entre dôr e revolta, quando a ação de sábado em Ancara ainda não foi reivindicada.
Algumas fontes turcas sugerem uma possível implicação do grupo Estado Islâmico, depois de um ataque similar em junho, junto à fronteira síria.
A falta de respostas concretas, somada à desconfiança face à atitude do governo em plena campanha eleitoral, levou o líder do partido pró-curdo HDP a apontar culpas ao executivo, por não ter protegido devidamente os militantes que se manifestavam ontem a favor da paz com os separatistas do PKK.
Um residente de Ancara resume o sentimento de desconfiança: “foi um grande massacre e estamos todos de luto na Turquia. O que aconteceu, aconteceu, mas podia ter sido evitado, mas eles não trabalharam de forma correta”.
Segundo as autoridades, o duplo atentado, levado a cabo por dois suicidas, teria provocado 95 mortos e mais de 500 feridos, 65 dos quais se encontram hospitalizados em estado grave.
O partido pró-curdo HDP fala, no entanto, de mais de 120 mortos
no ataque que vitimou várias personalidades da oposição, sindicalistas e responsáveis de ONG’s favoráveis ao diálogo com os separatistas curdos.
O primeiro-ministro Davotuglu reuniu-se hoje com o líder do principal partido da oposição para falar de união, após o atentado de ontem, mas também de alianças a semanas das legislativas.
O atentado ocorre em plena campanha eleitoral, depois do fracasso do partido governamental AKP em formar uma coligação de governo.