Uma semana movimentada no mercado de divisas

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De  Euronews
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A desvalorização da libra egípcia e a descida do índice do dólar para níveis perto da chamada "death cross" são os temas em destaque nesta edição.

Libra egípcia em queda

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Foram duas desvalorizações consecutivas que a libra egípcia sofreu, na última semana. Na quinta-feira o banco central desvalorizou de 7,73 para 7,83 contra um dólar. No domingo, nova desvalorização: O dólar passou a valer 7,93 libras.

O governo do Cairo tenta atrair o investimento estrangeiro e reavivar o turismo. No entanto, a desvalorização da moeda tem efeitos importantes no dia-a-dia dos egípcios, sobretudo no que toca aos preços da comida e do combustível, já que os bens importados ficaram mais caros.

Enquanto o governo combate o mercado negro, o Egito pode receber um empréstimo de três mil milhões de dólares para apoiar o Orçamento do Estado, como foi anunciado pelo ministro das Finanças Hany Kadry Dimian.

As reservas de divisas caíram dos 36 mil milhões de dólares de antes da revolução de 2011 para pouco mais de 16 mil milhões no fim de setembro.

Para mais sobre a libra egípcia e o índice do dólar, temos Nour Eldeen AL-Hammoury, chefe do departamento de estratégias de mercado da ADS securities.

Daleen Hassan, euronews: Com a atual crise das divisas, esta decisão de desvalorizar a libra egípcia é eficaz?

Nour Eldeen AL-Hammoury: É muito cedo para dizer se há uma verdadeira crise no Egito. No entanto, o banco central egípcio está como os outros bancos centrais que desvalorizaram as moedas ao longo do ano para apoiar as economias, ao aumentar as exportações e a inflação.

O Egito está estável, apesar dos últimos anos, marcados pela incerteza e pela instabilidade. Por isso, acreditamos que é um passo positivo e pode ser eficaz a médio prazo. Não esquecemos que a economia global está a desacelerar, o que está a penalizar a economia egípcia.

Daleen Hassan, euronews: Como é que a situação está a afetar a bolsa do Cairo?

Nour Eldeen AL-Hammoury: O índice EGX30 está sob pressão, devido à recente venda em massa de ativos globais. Não pensamos que a decisão do banco central seja boa para os mercados, sobretudo se a incerteza continuar a reinar em torno dos mercados de ações e obrigações. A descida na moeda, tendo em conta o abrandamento global, também não seria uma boa notícia para os ganhos das empresas.

Dólar perto da “death cross”

O dólar caíu, na semana passada, para níveis não vistos desde a segunda-feira negra, devido a dados negativos nos Estados Unidos e ao facto de as expectativas de uma baixa na taxa de juro diretora da Fed serem agora mais baixas.

O índice do dólar face ao cabaz internacional de divisas desceu muito desde o início do mês. Perdeu face ao dólar neozelandês, à libra esterlina, ao euro e face ao dólar.

Os analistas já avisaram que o forte declínio do dólar pode continuar, devido à formação de um modelo chamado death cross no índice do dólar, na semana passada. É um sinal negativo que marca o fim da tendência positiva da moeda americana.

Daleen Hassan, euronews: Na semana passada assistimos à formação de uma “death cross” no índice do dólar. Isso são boas notícias para a bolsa?

Nour Eldeen AL-Hammoury: A “death cross” acontece periodicamente, com o intervalo de alguns anos. Esta formação é muito rara. É um padrão que acontece quando a média de 50 dias cai abaixo das médias de 100 e de 200 dias. Os ativos globais, sobretudo norte-americanos, tiveram uma correlação negativa com o dólar americano na semana passada.

No entanto, o que nos está a preocupar são os resultados empresariais, que estão abaixo do esperado. Os ganhos por ação devem cair em 5%. Muitos resultados do setor bancário são dececionantes, comparados com o trimestre anterior. Se as publicações de resultados continuarem a desapontar, isso pode manter a correlação entre o dólar e os ativos norte-americanos.

Daleen Hassan, euronews: Quais são os níveis a que devemos estar atentos?

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Nour Eldeen AL-Hammoury: Nas próximas semanas, os corretores vão ter de observar de perto o nível do índice do dólar. É provável que se o índice descer abaixo do atual suporte, se atinjam os mínimos da “segunda-feira negra”, que são de 93,30. Uma quebra desse suporte pode deixar o caminho livre para mais descidas, a curto e a médio prazo.

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