Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Brasil: "Recessão contaminará 2016 e será a pior desde 1990"

Brasil: "Recessão contaminará 2016 e será a pior desde 1990"
Direitos de autor 
De Michel Santos com LUSA
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
PUBLICIDADE

Um ano depois da reeleição de Dilma Rousseff, o economista Marcio Pochmann, presidente de uma fundação do Partido dos Trabalhadores, diz que a proposta de ajuste fiscal é inadequada e decorrente de um “erro de diagnóstico”. Mais ainda, afirma que em 1990 o Brasil vai estar “em recessão, a pior desde 1990”

“Não se faz ajuste fiscal em economias em recessão, mas sim em economias em crescimento. O programa deve ser algo permanente, gradual”, disse em entrevista a correspondentes estrangeiros o presidente da Fundação Perseu Abramo e ex-presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Económica Aplicada), ligado ao poder executivo brasileiro.

A Fundação Perseu Abramo, braço de pesquisa e educação política criada pelo Partido dos Trabalhadores (PT, a mesma formação política de Dilma Rousseff), foi uma das entidades subscritoras de um documento lançado em 28 de setembro com críticas à política económica de Rousseff e à reforma fiscal, em que defende ações alternativas.

O economista disse que as promessas apresentadas após a reeleição de Rousseff, em 26 de outubro de 2014, de que a austeridade faria a economia crescer no segundo semestre de 2015, não foram cumpridas.

“Já estamos no último semestre do ano, com uma recessão que contaminará o ano de 2016, a pior desde 1990”, salientou.

O economista criticou a política de subida dos juros e a falta de convergência na política monetária, na qual ministérios defendem a diminuição de gastos, enquanto o Banco Central gasta para manter juros altos e combater a desvalorização da moeda brasileira.

A política de valorização cambial, afirmou, é “desastrosa” para a política industrial do país, por facilitar as importações.

O economista disse ainda que há o risco de o Brasil enfrentar uma crise bancária em 2016 devido à paralisação das empresas investigadas pela Operação Lava-Jato, que apura crimes relacionados com a Petrobras. As dívidas de 29 companhias, que estão afiançadas por bancos, chegam a 1 bilião de reais (232 mil milhões de euros).

Pochmann afirmou que o Governo brasileiro foi contra a sua base de apoio, os movimentos sociais, ao tentar implantar arrochos bruscos e que o ideal teria sido reverter a política de desonerações de impostos de 2014, mas de forma gradual.

Pochmann afirmou ainda que a desigualdade social no Brasil, que diminuiu nos últimos anos, terá um ponto de inflexão neste ano, com o aumento da pobreza e do desemprego, mas que a situação pode ser pontual, caso os indicadores melhorem.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Multidão celebra em Brasília após Bolsonaro ser condenado por tentativa de golpe

De Collor a Bolsonaro: presidentes brasileiros a braços com a justiça

Jair Bolsonaro condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado