A Polónia fez uma clara viragem à direita, com a maioria absoluta obtida pelos conservadores eurocéticos do Partido Lei e Justiça nas legislativas
A Polónia fez uma clara viragem à direita, com a maioria absoluta obtida pelos conservadores eurocéticos do Partido Lei e Justiça nas legislativas deste domingo.
O futuro das relações com Bruxelas adivinha-se complicado, já que a primeira-ministra anunciada, Beata Szydlo, deverá aplicar à letra as ideias do mentor e líder da formação, Jaroslaw Kaczynski. O ex-chefe do governo lembrou o irmão gémeo, morto num acidente aéreo em 2010, frisando que há dez anos “Lech Kaczynski era eleito presidente da Polónia” e defendendo que “isso merece ser mencionado, não porque é o décimo aniversário, mas porque sem ele, [o partido] não estaria onde está hoje, nem haveria uma direita unida”.
Os liberais centristas da Plataforma Cívica perdem assim a liderança do executivo depois de oito anos no poder. No discurso de admissão da derrota, a primeira-ministra cessante, Ewa Kopacz, preferiu concentrar-se nos dois mandatos do partido, sublinhando que “não teriam sido possíveis se o povo polaco não tivesse confiado [na formação] por duas vezes”. Kopacz disse que “a Polónia é hoje um país com uma economia crescente e baixo desemprego e é esse o legado que é transmitido aos vencedores”.
O movimento anti-sistema da estrela de “rock” Pawel Kukiz torna-se na terceira força política.
A vitória dos conservadores eurocéticos é histórica pois será a primeira vez que um partido governará sozinho desde a queda do comunismo, em 1989. O partido fez uma campanha recheada de promessas populistas, capitalizando nos receios da população face à imigração proveniente do Médio Oriente.