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Tragédias, batalhas eleitorais e diplomáticas: A atualidade de 2015

Tragédias, batalhas eleitorais e diplomáticas: A atualidade de 2015
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Irão: Um acordo arrancado a ferros A 14 de julho de 2015, Federica Mogherini, chefe da diplomacia europeia, acompanhada de Mohamed Javad Zarif, o

Irão: Um acordo arrancado a ferros

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A 14 de julho de 2015, Federica Mogherini, chefe da diplomacia europeia, acompanhada de Mohamed Javad Zarif, o homólogo iraniano, afirmava: “Hoje é um dia histórico. Temos a grande honra de anunciar que chegamos a um acordo sobre a questão nuclear iraniana”

Nesse dia, após 12 anos de negociações, o Irão e seis grandes potências internacionais assinaram um acordo que define um caráter pacífico ao programa nuclear iraniano.

Alguns dias antes, a visita do chefe da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Yukiya Amano, ao presidente iraniano, Hassan Rouhani, tinha eliminado os derradeiros obstáculos: o limite das reservas iranianas de urânio enriquecido e as inspeções da AIEA.

Para a história ficam as negociações complicadas, os prolongamentos e o esforço diplomático.

Em 2013, tinha sido assinado em Genebra, na Suíça, um acordo interino. Um passo decisivo que permitiu chegar a um compromisso que deverá conduzir ao fim das sanções contra o Irão, e, eventualmente, a uma normalização das relações com os Estados Unidos.

Cuba-Estados Unidos: A normalização das relações

Um aperto de mão histórico entre os líderes cubano e norte-americano. O primeiro encontro entre Raúl Castro e Barack Obama ocorreu quatro meses depois do anúncio, simultâneo, da normalização das relações entre os dois países. Ocorreu a 11 de abril, no Panamá, à margem da Cimeira das Américas.

Para preparar o caminho, o presidente norte-americano fez retirar Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo, o que era um grande obstáculo para restabelecer as relações diplomáticas, rompidas a 3 de janeiro de 1961.

A 20 de julho de 2015 a bandeira cubana foi içada na embaixada de Cuba em Washington. A dos Estados Unidos em Cuba foi hasteada a 14 de agosto, na presença de John Kerry. Foi a primeira visita de um secretário de Estado norte-americano à ilha em 70 anos.

Obama e Castro reencontraram-se em Nova Iorque em finais de setembro, por ocasião da Assembleia geral da ONU. As negociações são difíceis em torno do levantamento do embargo e o pagamento das expropriações dos bens norte-americanos.

Turquia: A política do poder

A 7 de julho, os resultados das eleições legislativas turcas são um revés para o AKP. É o fim de 12 anos de poder absoluto e um golpe para o sonho de Recep Tayyip Erdogan de tornar a Turquia numa república presidencialista.

O AKP conseguiu uma maioria parlamentar, mas perdeu a maioria absoluta, e está longe dos 330 lugares necessários para poder reformar a Constituição.

O escrutínio foi histórico por outra razão. Pela primeira vez o partido curdo HDP conseguiu entrar no parlamento, depois de ter superado o limite de 10% dos votos, a barreira mais elevada do mundo para aceder a um parlamento. Foi uma vitória para o carismático Selahattin Demirtas que, com um programa de esquerda, conseguiu votos mesmo fora da comunidade curda da Turquia.

Mas os turcos acabaram por voltar às urnas, perante o fracasso das negociações, entre o AKP e os outros partidos, para formar um governo de coligação.

O governo turco usaria o atentado do grupo Estado Islâmico em Suruç, a 20 de julho, para justificar a luta antiterrorista. Acabaria por romper a trégua com o PKK.

Em julho, a aviação turca bombardeou bases da guerrilha curda, no norte do Iraque, em represália pelos ataques contra polícias turcos. As hostilidades fizeram centenas de mortos.

Ocorre depois o sangrento atentado em Ancara.

A 1 de novembro, o partido de Erdogan recupera a maioria absoluta, mas não consegue o número de assentos que precisa para reformar, sem negociação, a constituição.

Grécia: O tornado da austeridade

Em janeiro, Alexis Tsipras ganhou as eleições com a promessa de pôr fim à austeridade na Grécia. Mas, uma vez no cargo de primeiro-ministro, o líder do Syriza, não conseguiu convencer os credores do país e, isto, apesar das inúmeras deslocações a Bruxelas.

Em finais de junho, com os cofres vazios, o governo grego falha um reembolso do empréstimo do FMI e encerra os bancos, para conter o crescente fluxo de capitais.

Alguns dias mais tarde, a 5 de julho, num referendo, os gregos rejeitam o programa do Eurogrupo de 25 de junho, que estipula mais medidas de austeridade.

No dia seguinte, demite-se Yannis Varoufakis, ministro das Finanças contestatário do Eurogrupo e
que fez correr rios de tinta.

Em meados de agosto, o parlamento grego acabaria por aprovar um terceiro plano de resgate. Mas isso provocou divisões no Syriza e obrigou o primeiro-ministro a convocar eleições antecipadas.

Manobra política ou não: Alexis Tsipras conseguiu convencer os gregos e foi reeleito, apesar das duras medidas do terceiro plano de resgate.

Catalunha: O sonho independentista

A avenida de la Meridiana, que atravessa Barcelona, tornou-se a via simbólica do caminho para a independência. La Diada, o dia da Catalunha (9 de setembro), foi a data escolhida pelo governo regional para lançar a campanha para as regionais.

As eleições teriam valor de referendo à independência face a Espanha. É a mensagem de “Juntos pelo Sim”, a lista comum dos partidos pró-independência, onde o chefe do governo regional, Artur Mas, surge em quarta posição.

A 27 de setembro, os independentistas passam a dominar o parlamento, mas sem a maioria necessária para legitimar um voto favorável à independência. O eleitorado mostrou-se dividido.

Apesar de tudo, a 9 de novembro, o parlamento catalão aprovou, com 72 votos a favor e 63 contra, uma resolução que inicia o processo de separação de Espanha num prazo de 18 meses.

O chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, anunciou de imediato que iria recorrer ao Tribunal Constitucional. O veredicto chegou a 2 de dezembro: sem surpresa e de forma unânime, os juízes declararam ilegal a resolução do parlamento catalão.

Germanwings: O suicídio do copiloto

24 de março de 2015: o Airbus A320 da Germanwings, com 150 pessoas a bordo, despenhou-se nos Alpes franceses. O aparelho da companhia alemã, que fazia a ligação Barcelona-Dusseldörf, ficou completamente destruído após oito minutos de voo a baixa altitude e sem reagir aos alertas dos controladores aéreos.

Ninguém sobreviveu.

Apesar da dispersão dos escombros, a primeira caixa negra foi encontrada depressa.

No dia seguinte, enquanto François Hollande, Angela Merkel e Mariano Rajoy prestavam homenagem às vítimas perto do local da queda, são reveladas as primeiras informações. O registo das conversas da cabine mostra que o copiloto estava sozinho ao comando do Airbus e que fez despenhar o avião de forma voluntária. O piloto não conseguiu regressar ao cockpit. A porta tinha sido trancada.

O inquérito iria revelar que o copiloto, Andreas Lubitz, tinha recebido tratamento psicológico, antes mesmo de obter a licença de voo, e que a Lufthansa sabia da depressão severa do copiloto, em 2009.

O drama pôs em causa os procedimentos de acesso ao cockpit e de bloqueio da porta.

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