Diretores de canais de televisão e rádio pública polaca demitem-se em defesa da liberdade de expressão

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De  Luis Guita
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Os diretores de vários canais da televisão e rádio pública polaca apresentaram a demissão após a adoção pelo parlamento, a 31 de dezembro, de uma lei

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Os diretores de vários canais da televisão e rádio pública polaca apresentaram a demissão após a adoção pelo parlamento, a 31 de dezembro, de uma lei que coloca os ‘media’ públicos sob o controlo governamental.

Os diretores dos canais TVP1 e TVP2, e os responsáveis do canal cultural TVP Kultura e da Agência de Notícias TAI, são alguns dos que se demitiram.

O ministro do Tesouro é quem terá, a partir de agora, a competência para nomear e afastar os novos dirigentes dos ‘media’ públicos, até agora escolhidos por concurso organizado pelo Conselho Nacional do Audiovisual (KRRiT).

“A nova lei de imprensa é uma ameaça real para a liberdade de expressão na Polónia. Estou convencido disso, tanto como diretor da Rádio polaca, como jornalista,” considera o diretor do Canal 1 da rádio polaca, Kamil Dabrowa.

O partido conservador Direito e Justiça (PiS), de Jaroslaw Kaczynski, aprovou a lei controversa na passada quinta-feira, apesar dos protestos internacionais.

Várias organizações de ‘media’, como a União Europeia de Rádio-Televisão (UER/EBU), a Associação dos Jornalistas Europeus (AEJ) e os Repórteres Sem Fronteiras (RSF), manifestaram a sua indignação perante tais disposições, e o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, pediu explicações a Varsóvia.

Segundo a deputada Elzbieta Kruk, do partido no poder (PIS), a intenção é “reconstruir os “media” públicos na Polônia, para reforçar as suas estruturas, financiamento, recursos humanos e, antes de tudo, voltar a entregá-los ao povo polaco”.

Mas nem todos os polacos partilham da mesma ideia. Já em dezembro, milhares saíram para as ruas em protesto.

As manifestações aconteceram em mais de 20 cidades polacas. Em Varsóvia, frente ao Parlamento, os manifestantes agitaram bandeiras polacas e da União Europeia e gritaram “Parem de destruir a democracia!”

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