Renault reagiu a meio do dia à notícia de buscas antifraude nas sua instalações e os investidores pareecm ter gostado. Mas impacto no valor de mercado foi significativo
A Renault reagiu a meio do dia à notícia de buscas nas sua instalações, na sequência de uma investigação antifraude do ministério da Economia francês, e conseguiu, dessa forma, minimizar as perdas que estava a a sofrer na bolsa de Paris. O fabricante de automóveis francês, líder de vendas em Portugal, confirmou as buscas da semana passada e revelou não terem sido encontrados sinais da existência de dispositivos ilegais nos motores dos respetivos veículos, àm imagem do que havia acontecido em setembro com a Volkswagen nos Estados Unidos.
Diesel: Renault confirme des perquisitions de la répression des fraudes, aucun logiciel truqueur détecté https://t.co/kFbEK2ovHv#AFP
— Agence France-Presse (@afpfr) 14 janeiro 2016
A notícia que atingiu a empresa como “um murro no estômago” foi divulgada por uma fonte da comissão-geral de trabalhadores da própria Renault. O alvo da investigação foram fábricas de motores da marca francesa o que sugere, segundo os sindicatos, que as buscas “estão ligadas às consequências do escândalo da Volkswagen”.
A meio do dia, a Renault emitiu então o comunicado, no qual a empresa manifestou também total cooperação com a investigação promovida pela Direção Geral da Concorrência, Consumo e Repressão de Fraudes (DGCCRF), o departamento antifraude do ministério da Economia francês.
[PR] Statement from Groupe Renault https://t.co/KlIZuQwLGv
— Renault (@Groupe_Renault) 14 janeiro 2016
A Renault não evitou, ainda assim, uma derrapagem de -10,28 por cento, com os respetivos títulos a valerem 77,75 euros, no fecho da bolsa de Paris. Isto, depois de pela manhã as ações da Renault terem chegado a cair cerca 23 por cento, atingindo mínimos de 1999 e levando a companhia, de acordo com a Reuters, a perder quase 6 mil milhões de euros em valor de mercado.
Combien l'État perd (virtuellement) quand Renault chute en Bourse https://t.co/yyyBNUGq58
— Le Figaro (@Le_Figaro) 14 janeiro 2016
O Estado francês detêm quase 20 por cento do capital da Renault e pouco mais de 14 por cento da Peugeot e o jornal Le Figaro calculou um prejuízo de 637 milhões de euros nos cofres virtuais estatais. Os -10,28 por cento com que fcechou a Renault terão custado cerca de 2,8 mil milhões de euros no valor de mercado e, por arrasto, 551 milhões virtuais nos cofres do Estado. A Peugeot fechou a sessão desta quinta-feira a cair 5,05 por cento e isso terá custado ao Estado mais 86 milhões de euros.