Sombras negras sobre a economia mundial marcam abertura de Davos

A 46ª edição do Fórum Económico Mundial de Davos começou mergulhada numa certa dose de pessimismo. O fundador do certame, Klaus Schwab, afirmou mesmo não se recordar de tantos problemas para a economia mundial em simultâneo. A travagem económica da China, o preço do petróleo e o confronto entre o Irão e a Arábia Saudita, o terrorismo e as migrações ou uma eventual saída da Grã-Bretanha da União Europeia estão a preocupar os investidores que gostam de estabilidade e perspetivas de longo prazo.
Um dos oradores do dia foi o vice-presidente americano, Joe Biden, que se deslocou à Suíça para lançar um repto aos dirigentes das multinacionais: “Guardar milhares de milhões de dólares em paraísos fiscais pode ser bom para os vossos acionistas, mas é um roubo para o vosso país. Por isso, tragam o dinheiro de volta e invistam nas vossas comunidades.”
Outra das estrelas do dia foi o chefe da diplomacia iraniana. Depois de defender o programa de míssil balístico face às novas sanções americanas, Mohammad Javad Zarif atacou Riade: “O Irão respondeu com muita contenção às provocações da Arábia Saudita, incluindo os seus esforços para destruir o acordo nuclear. Riade gastou milhões de dólares para o matar no Congresso americano.”
Além das questões políticas, Javad Zarif aproveitou a deslocação aos Alpes helvéticos para captar investimento estrangeiro. No sábado foram levantadas as sanções internacionais relativas ao acordo nuclear.