Senado italiano abre debate sobre uniões homossexuais

O Senado italiano começou a debater esta quinta-feira um projeto de lei para reconhecer a união civil entre pessoas do mesmo sexo.
O voto do texto apresentado pela Senadora Monica Cirinna, que defende a causa há vários anos, está previsto para o meio de fevereiro.
O debate divide profundamente a classe política e a sociedade italiana. Em pontos distintos, no exterior do Senado foram organizadas manifestações a favor e contra o projeto.
A presidente da Associação de Pais Homossexuais, Marilena Grassadonia, diz que “é uma batalha ainda bastante longa e nada é garantido, nem está dado como adquirido. É preciso manter-se alerta e seguir cuidadosamente o debate […], mas esta lei pode ser um bom ponto de partida para a igualdade”.
Se for aprovada pelos senadores, seguirá depois para a Câmara dos Deputados. Os opositores agendaram para sábado uma grande manifestação em Roma. A deputada da direita, Giorgia Meloni, classifica a lei de “hipócrita” e “embaraçante” e diz que “foi feita para os ricos. Uma lei que vai aceitar a adoção de uma criança por casais homossexuais que”, segundo ela, “podem ir ao estrangeiro comprar uma criança”, como “Elton John”.
Milhares de apoiantes do projeto de lei manifestaram-se já no dia 23. A Itália é dos poucos países da Europa sem legislação sobre uniões homossexuais o que motivou, no ano passado, uma condenação por parte do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.