Lesbos: O cemitério dos refugiados às portas da Europa

As 10 milhas náuticas que separam a Turquia das costas gregas tornaram-se na zona mais mortífera do mundo para os refugiados.
Desde o início do ano que mais de 320 pessoas morreram na travessia perigosa do mar Egeu, a maioria provenientes do Médio Oriente.
Um número que se soma aos mais de 3 mil mortos registados no ano passado e que obrigou autoridades e voluntários em Lesbos a construir um novo cemitério, em Outubro.
O jovem egípcio Mustafa Dawa, na Grécia há mais de uma década, é o responsável pela instalação.
“Eu não posso parar a guerra e não posso fazer com que cheguem à Europa de forma legal. A única coisa que posso fazer é enterrá-los neste cemitério”.
Mustafa recorda semanas em que chegou a realizar 57 funerais ou dias em que enterrou até 11 pessoas, quando a maioria permanece sem nome.
Alekos Karagiorgis tenta desde há vários meses identificar alguns dos cadáveres:
“Espero que consigamos identificá-los através do ADN para que estas pessoas possam finalmente descansar em paz. E para que os familiares possam também encontrar a paz que merecem”.
Até hoje apenas uma centena de cadáveres foram identificados quando várias dezenas ou mesmo centenas permanecem desaparecidos em alto-mar, refugiados e náugrafos, sem direito a uma sepultura.