Impedida de ser presidente, Aung San Suu Kyi vai fazer parte do próximo governo da Birmânia.
A antiga prémio Nobel da paz e líder histórica da oposição Aung San Suu Kyi vai entrar para o governo da Birmânia, segundo a lista de futuros ministros anunciada agora no Parlamento pelo presidente eleito Htin Kyaw.
Este vai ser o primeiro governo civil do país em cinco décadas. San Suu Kyi deve assumir a pasta dos Negócios Estrangeiros. A nomeação é vista como normal pelos deputados dos vários partidos: “Penso que o facto de Aung San Suu Kyi assumir um lugar no governo significa que se pode fazer muito mais para desenvolver o país”, diz Than Aung Soe, da Liga Nacional para a Democracia, o partido da opositora histórica.
Ko Ko Naing, da União para a Solidariedade e Desenvolvimento, acrescenta: “As pessoas votaram no partido dela porque a apoiam. Agora, a pessoa que apoiam vai ter um lugar no governo. O povo vai gostar disso”.
Aung San Suu Kyi era vista como a candidata natural à presidência, mas a atual constituição, redigida ainda pela Junta Militar que governou o país durante cerca de 50 anos, impede-a de assumir o posto. Promete, no entanto, estar acima do presidente.
Figura histórica da oposição à Junta Militar, Suu Kyi passou largos períodos em prisão domiciliária, ao longo dos últimos 20 anos. Foi prémio Nobel em 1991.