O Comité de Ética da FIFA decidiu abrir procedimentos formais relativamente a seis responsáveis envolvidos na atribuição à Alemanha do Campeonato do
O Comité de Ética da FIFA decidiu abrir procedimentos formais relativamente a seis responsáveis envolvidos na atribuição à Alemanha do Campeonato do Mundo de futebol em 2006. Entre os alvos da FIFA está Franz Beckenbauer, antiga estrela do futebol alemão, conhecido pela alcunha “Kaiser”, e que foi o presidente do comité organizador do torneio ganho há quase 10 anos pela Itália e no qual Portugal perdeu com os anfitriões o jogo pelo terceiro lugar.
Em comunicado, o organismo que tutela o futebol mundial indicou que, “a partir do relatório encomendado pela própria Federação Alemã de Futebol” (DFB, na sigla original), o “gabinete de investigação da Comissão de Ética independente decidiu abrir procedimentos formais” contra 6 indivíduos envolvidos na “atribuição do Mundial de 2006 e no respetivo financiamento”, em violação de vários artigos do Código de Ética da FIFA.
Statement from the investigatory chamber of the independent Ethics
— FIFA Media (@fifamedia) 22 de março de 2016
Committee – https://t.co/VkGHG3jEep
Para lá de Beckenbauer, estão sob os holofotes da investigação os ex-presidentes da DFB, Wolfgang Niersbach e Theo Zwanziger, os ex-secretários-gerais do mesmo organismo, Helmut Sandrock e Horst Schmidt, bem como Stefan Hans, antigo responsável financeiro da federação germânica.
Franz Beckenbauer tem negado que a atribuição da prova à Alemanha tenha sido “paga” com subornos e, entretanto, recusou-se a colaborar numa investigação em torno das atribuições dos Mundiais de 2018 (Rússia) e 2022 (Qatar), o que lhe valeu em 2014 uma suspensão de 90 dias de todas as atividades ligadas ao futebol. A suspensão foi levantada quando o “Kaiser” aceitou cooperar.
Na votação para a atribuição do Mundial de 2006, que decorreu seis anos antes, a Alemanha ganhou o direito de organizar o Campeonato do Mundo por uma vantagem de um voto — 12 contra os 11 — face à África do Sul, após a abstenção do neozelandês Charles Dempsey.
FIFA investiga atribuição do Mundial-2006: Beckenbauer sob mirahttps://t.co/UnQOTI5Gvqpic.twitter.com/jsx5RI7CUS
— maisfutebol (@maisfutebol) 22 de março de 2016
No início de fevereiro, a DFB reclamou 6,7 milhões de euros a Fedor Radmann, antigo vice-presidente do organismo e um dos responsáveis do Comité Organizador do Mundial2006. A Federação alemã alegou que essa verba foi transferida em 2000 pelo Comité Organizador para a FIFA e que nunca foi “devidamente justificada” nas contas do organismo.
O relatório da empresa que investigou a atribuição do Mundial2006 à Alemanha, encomendado pela DFB, concluiu que não existiu qualquer prova concreta de “compra” de votos no processo.
#FIFA starts formal proceedings against 6 individuals, incl.
beckenbauer</a>, over 2006 German <a href="https://twitter.com/hashtag/WorldCup?src=hash">#WorldCup</a> <a href="https://t.co/xS9NLiyu9s">https://t.co/xS9NLiyu9s</a> <a href="https://twitter.com/hashtag/cleanupsports?src=hash">#cleanupsports</a></p>— Transparency Int'l (
anticorruption) 22 de março de 2016
Franz Beckenbauer negou a compra de votos, apesar de a DFB ter reconhecido que efetuou um pagamento de 6,7 milhões de euros à FIFA, alegando não estar relacionado com o torneio.
O antigo futebolista alemão chegou a assumir que cometera um “erro” enquanto presidente do comité organizador, mas garantiu que não comprou votos para ter o direito de sediar a prova.
A 10 de novembro, o vice-presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB) Rainer Koch disse ser tempo de Franz Beckenbauer falar sobre as alegadas irregularidades na atribuição do torneio.