Austrália elege novo Governo em jogada de risco dos Liberais

A Austrália escolhe este sábado um novo Governo. Após uma longa campanha de cerca de oito semanas, o dia chegou e milhões de eleitores fazem fila à boca das urnas num país onde votar é uma obrigação. Em jogo, estão 150 assentos na Câmara Baixa do Parlamento e 76 no Senado.
O ainda primeiro-ministro e líder dos Liberais, Malcolm Turnbull é responsável pela antecipação deste sufrágio depois de a 9 de maio ter dissolvido as duas câmaras do Parlamento e o governo ter entrado em serviços mínimos até novas eleições. Tudo precipitado pelo chumbo do Senado à proposta de lei do governo de coligação Liberal/ Nacional liderado por Turnbull em implementar uma comissão reguladora para o setor da construção.
I urge you to vote Liberal or National today, to back our plan for jobs and a strong economy https://t.co/RSeMlyBhwvpic.twitter.com/UXaslX9C9m
— Malcolm Turnbull (@TurnbullMalcolm) 1 de julho de 2016
O objetivo de Turnbull ao antecipar as eleições era recandidatar-se e reforçar o poder Liberal no Senado, órgão do qual o governo depende para aprovar novas leis. Se conseguir a maioria em ambas as câmaras, o partido no poder nem precisa de debater com a oposição as propostas de lei para as aprovar. Mas a estratégia Liberal pode sair furada.
Uma das grandes incógnitas destas eleições serão os independentes que vão conseguir ser eleitos para o senado. Nas sondagens, há dezenas de candidatos independentes ou de partidos mais pequenos que surgem com boas perspetivas de ser eleitos e têm sido estes a desequilibrar os poderes no Senado.
Millions of Australians are relying on us to protect Medicare & properly fund schools. This election is about them.https://t.co/8sqNKIW7S8
— Bill Shorten (@billshortenmp) 29 de junho de 2016
O rival de Turnbull no boletim de voto para a liderança do governo é o Trabalhista Bill Shorten. Nas sondagens, o equilíbrio entre os dois principais partidos é nota dominante, mas em algumas havia uma ligeira vantagem para a coligação Liberal Nacional. Também na Austrália, os partidos de extrema-direita ameaçam ganhar exposição. O “Uma Nação”, de Pauline Hanson surge, inclusive, em boa posição de conseguir um lugar no Senado.