É possível reanimar o processo de paz entre Ancara e os rebeldes curdos?

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Os últimos atentados no sudeste da Turquia relançam as interrogações sobre o futuro do processo de paz entre o governo turco e o HDP, o braço político dos rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curd

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Os últimos atentados no sudeste da Turquia relançam as interrogações sobre o futuro do processo de paz entre o governo turco e o HDP, o braço político dos rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

O que se passa com o processo de paz? É o fim? É possível reatar as discussões após os recentes eventos na Turquia? Parte da resposta está na atitude do presidente turco, após a tentativa falhada de golpe de Estado, em meados de julho.

Recep Tayyip Erdogan reuniu-se com os principais dirigentes políticos, até então opositores. A reunião no palácio presidencial incluindo os líderes do Partido Republicano CHP e dos nacionalistas do MHP. Mas excluiu do encontro Selahattin Demirtas, o chefe do partido pró-curdo HDP.

A 7 de agosto, aquando do grande comício pela “Democracia e em homenagem aos mártires”, Demirtas voltou a ser excluído. Questionado sobre a exclusão do HDP, Erdogan respondeu: “Posso reunir-me com grupos que têm quatro princípios: uma pátria, um povo, um Estado, uma bandeira. A linha vermelha impede reuniões com os que estão ligados ao terror ou fazem parte dele”.

Selahattin Demirtas, líder do Partido Democrático dos Povos (HDP), acusa o AKP e Erdogan de incitarem à violência, mas acredita que é possível continuar com o processo de paz: “Declarar que as pessoas que fizeram parte do processo de paz são o diabo, depois das negociações terem chegado a um impasse, excluí-las da sociedade e transformá-las no inimigo não é bom para ninguém. É o que estão a tentar fazer connosco. Mas nós fizemos o que estava certo e vamos continuar a fazer o que é correto. Se as negociações de paz recomeçarem vamos continuar a estar no terreno”.

O processo de paz foi lançado pela primeira vez em 2009.

No ano passado, o PKK pôs fim ao cessar-fogo e Erdogan suspendeu as negociações, evocando a violência curda. Além disso nas eleições de novembro, o HDP perdeu o terreno eleitoral conquistado meses antes.

Entre ataques dos rebeldes e operações do exército turco, os 12 milhões de curdos da Turquia vivem em constante estado de emergência e é difícil dizer até quando vai durar o impasse.

- Conheça a situação dos curdos após a tentativa de golpe de Estado na Turquia

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