O jihadista do Mali, Ahmad al-Mahdi, começou a ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional.
O jihadista do Mali, Ahmad al-Mahdi, começou a ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional. É o primeiro acusado de crimes de guerra por atentados contra o Património da Humanidade e confessou as culpas: “Senhoras e senhores, é com profundo pesar e grande dor que assumo as culpas: todas as acusações contra mim estão corretas. Lamento muito e estou verdadeiramente arrependido.”
Ahmad al-Mahdi: "Senhoras e senhores, é com profundo pesar e grande dor que assumo as culpas: todas as acusações contra mim estão corretas. Lamento muito e estou verdadeiramente arrependido."
A acusação alega que o réu faz parte do grupo jihadista Ansar Dine, um grupo ligado à Al Qaeda.
O Ansar Dine controlou o norte do Mali em 2012, durante quase 10 meses – antes da intervenção internacional liderada pela França.
Ahmad al-Mahdi foi responsável pela destruição de vários bens considerados Património da Humanidade pela UNESCO, em julho de 2012, na cidade de Tombuctu, no norte do Mali. Entre estes encontram-se pelo menos nove mausoléus de santos muçulmanos e a mesquita de Sidi Yahya, do século XV. Também foram destruídos entre 60 a 100 mil documentos históricos.
Os observadores, celebram a abertura de um processo por destruição do património, mas lamentam a ausência de acusações relativas aos crimes sexuais cometidos durante o conflito.
Ahmad al-Mahdi torna-se então no primeiro réu a confessar e a responder por crimes relacionados com a destruição de património cultural. Os especialistas esperam que este processo sirva de exemplo contra a destruição de bens culturais.
Reduzidos a escombros, os mausoléus de Tombuctu foram reconstruídos pela UNESCO e as obras terminaram em julho de 2015. Tombuctu venera uma série de santos, considerados como sendo protetores da cidade, algo que choca com a visão fundamentalista do Islão.