Brexit: O plano de Paris para atrair o setor financeiro de Londres

Brexit: O plano de Paris para atrair o setor financeiro de Londres
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De  Patricia Cardoso
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O Brexit pode penalizar Londres e obrigar bancos e outras instituições financeiras a relocalizar as atividades. A capital francesa apresenta-se como alternativa à City.

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O bairro de La Défense, em Paris, está pronto a acolher todas as empresas que decidam abandonar o Reino Unido, devido ao Brexit. A campanha foi lançada esta segunda-feira, 17 de outubro, e tem como símbolo uma rã com gravata azul, branca e vermelha. O slogan é “Tired of the fog? Try the frogs!” (Cansado do nevoeiro? Experimente as rãs!).

TERRITOIRE – De la City à Paris La Défense, il n'y a qu'un saut ! Bienvenue à Paris La Défense ! Plus d'infos sur https://t.co/L5QoJN8E8rpic.twitter.com/Ty3kmNEKVN

— Paris La Défense (@ParisLaDefense) 17 de outubro de 2016

Para lá dos cartazes em aeroportos britânicos e franceses, a campanha possiu também uma página internet, onde estão expostas todos as vantagens comerciais e logísticas da capital francesa.

A campanha publicitária procura promover a capital francesa como centro de negócios e como alternativa à City londrina, após o Brexit. Segundo o gabinete de Consultadoria Oliver Wyman, citado pelo jornal Le Monde, Londres poderá perder cerca de 75 mil empregos, pois as empresas vão procurar instalar-se em locais que lhe permitem manter o acesso ao mercado único europeu após o divórcio entre Reino Unido e União Europeia.

Segundo o Banco de Compensações Internacionais, atualmente, Londres gere 41% das trocas cambiais de todo o mundo, o dobro de Nova Iorque, a sua concorrente mais próxima. Em termos europeus, os concorrentes são Zurique e Paris, com apenas 3% do volume de câmbio mundial.

Além disso, a capital britânica acolhe cerca de 85% dos fundos de investimento sediados na Europa e é o principal mercado no setor das seguradoras.

A campanha de La Défense faz parte de uma estratégia mais ampla do governo francês, delineada após a vitória do Brexit, no final de junho. O executivo de Manuel Valls vai também alargar o regime fiscal para quem se instala em França, criou um balcão único para facilitar o registo de empresas estrangeiras, está a implementar um dispositivo de acolhimento que permite aos empresários encontrar locais ou a escola dos filhos. A isto tudo vai juntar-se em breve um embaixador para promover a França no quadro do Brexit.

No entanto, a França tem a desvantagem de ter um código de trabalho considerado rígido e a concorrência é muita. Frankfurt, Amesterdão ou Dublin também tentam seduzir os já denominados “refugiados do Brexit”.

No entanto, há quem defenda que será Nova Iorque a vencedora final. Segundo políticos e dirigentes do setor financeiro, evocados pela agência Bloomberg, os efeitos do divórcio do Reino Unido da União Europeia pode levar os bancos a instalarem-se na cidade norte-americana. Na Europa vão manter aoenas algumas atividades, para respeitar as regras europeias e manter o acesso ao mercado europeu e aos seus 450 milhões de cidadãos.

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