Alitalia em rota para novas greves na perspetiva de 2000 despedimentos

Alitalia em rota para novas greves na perspetiva de 2000 despedimentos
De  Francisco Marques  com REUTERS

A companhia italiana continua a perder meio milhão de euros por ano e acionista maioritário, Etihad Airways, estará a exigir uma reestruturação acentuada.

A Alitalia pode vir a cortar 2000 postos de trabalho como parte de uma reestruturação exigida pelo atual acionista maioritário (49%), a Etihad Airways, a companhia aérea estatal dos Emirados Árabes unidos.

O plano para dar a volta à situação deficitária da companhia aérea italiana passa por sucumbir à concorrência das rivais de baixo custo e à dos comboios de alta velocidade, cancelando algumas rotas internas menos lucrativas e deixando cerca de vinte aviões em terra, referiram fontes contactadas pela agência Reuters.

Mesmo com estes cortes nas despesas, incluindo a redução de 1/6 da mão de obra, uma das fontes contactadas prevê que a Alitalia “continue deficitária pelo menos nos próximos dois ou três anos” tal é o estado atual da companhia italiana.

O fracasso do plano de reestruturação poderá levar a Etihad a agravar as medidas para proteger o investimento e refrear as ambições italianas de expansão europeia da Alitalia.

A companhia sediada em Abu Dhabi investiu 560 milhões de euros há dois anos na transportadora aérea italiana como parte de um programa de resgate da empresa avaliado em 1,76 mil milhões de euros.

O objetivo da Etihad era expandir a presença árabe no quarto maior mercado turístico europeu e transformar a Alitalia de novo num projeto rentável em 2017. Dois anos após o investimento de abu Dhabi, a Alitalia continua, no entanto, a perder meio milhão de euros por ano.

As opções em cima da mesa passarão por cortar entre 700 e 200 postos de trabalho, numa empresa com 12.700 trabalhadores, garantem três fontes, numa estratégia que, a concretizar-se, poderá agravar o atrito entre a administração da Alitalia e os sindicatos, o que poderá degenerar na repetição em pleno período de Natal das greves recorrentes no último ano, tal como as de setembro último (vídeo em baixo).

As duas empresas declinaram comentar estes propalados planos de reestruturação.

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