Pequim rejeita sugestão de militarização indevida do Mar do sul da China

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De  Francisco Marques  com AMTI, Xinhua
Pequim rejeita sugestão de militarização indevida do Mar do sul da China

A China está a instalar sistemas militares de defesa antímísseis e antiaéreas num conjunto de ilhas artificiais que criou no Mar do Sul da China, um território marítimo composto por centenas de ilhas, ilhéus, atóis e recifes também reclamado por nações vizinhas.

A riqueza piscatória da zona, mas também a suspeita de ali existirem grandes reservas de gás e petróleo fez estalar uma disputa territorial pelo arquipélago Spratly (conhecido na China como Nansha Qundao) entre Pequim e os outros países banhados pelo Mar do Sul da China: a Malásia, as Filipinas, Taiwan, o Brunei e o Vietname.

As provas do reforço militar chinês no Mar do Sul da China estão nas imagens de satélite partilhadas em baixo e divulgadas esta semana pela Iniciativa de Transparência da Ásia Marítima (AMTI, na sigla original), um grupo de investigação ligado ao Centro norte-americano de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), sediado em Washington.

South China Sea Islands

A China não só não nega a instalação das defesas militares como garante ser um direito que lhe assiste pelas leis internacionais, considerando o Mar do Sul da China como território chinês.

“Gostaria de reiterar: as ilhas do Mar do Sul da China são território chinês. A construção de infraestruturas e dos necessários sistemas de defesa no respetivo território é perfeitamente normal. É um direito de qualquer nação soberana, de acordo com a lei internacional”, referiu Geng Shuang, porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiro.

No meio deste género de guerra fria pelo território têm havido alguns episódios mais quentes como por exemplo, há dois anos e meio, entre um barco da guarda marítima chinesa e um navio vietnamita, num confronto já recorrente naquelas águas.

O Vietname, aliás, também tem vindo a reforçar as suas infraestruturas no arquipélago do Mar do Sul da china. O AMTI publicou há cerca de um mês outro conjunto de fotografias de satélite revelando o alargamento de uma aparente base aérea numa das pequenas ilhas do arquipélago Spratly/ Nansha, onde a aparente pista de aterragem deverá prolongar-se por 1,2 quilómetros quando concluída.

O grupo de investigação ligado ao CSIS descrevia este reforço das infraestruturas vietnamitas como “uma resposta às construções militares da China nas ilhas Spratly” e citava um artigo da Reuters em que se noticiou a mobilização discreta por Hanói de lança mísseis também para aquela região.