Acordo de defesa constitui um marco histórico entre as Filipinas e a Alemanha, que celebram 70 de relações diplomáticas.
As Filipinas e a Alemanha deram um passo em frente nas suas relações bilaterais, comprometendo-se a assinar um acordo de cooperação no domínio da defesa este ano. Este acordo implica treino militar conjunto, a possível venda de armas alemãs e a partilha de informações entre as duas nações.
O compromisso entres os dois países, anunciado este domingo, constitui um marco importante nas relações entre as Filipinas e a Alemanha, que estão a celebrar 70 anos de relações diplomáticas.
O ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, efetuou uma visita histórica à capital das Filipinas, Manila, a primeira oficial desde que ocupa o cargo. Durante a reunião com o seu homólogo filipino, Gilberto Teodoro, ambos os países manifestaram a intenção de defenderem a ordem internacional baseada em regras na região do Indo-Pacífico.
"Precisamos de contribuir para o desanuviamento. Isto só é possível se mantivermos todos os canais de comunicação abertos, incluindo os canais com a China. Ao participar no destacamento do Indo-Pacífico, defendemos a ordem internacional baseada em regras", explicou o responsável alemão da Defesa, citado pela AP.
Mar do Sul da China continua a ser alvo de tensões
O reforço dos laços militares entre Manila e Berlim ocorre num contexto detensões crescentes no Mar do Sul da China. Recentemente, a China e as Filipinas trocaram acusações sobre confrontos em zonas disputadas, incluindo alegações de que a China atacou embarcações navais filipinas, ferindo gravemente um marinheiro filipino.
O conflito no Mar da China Meridional é complexo, com a China a reivindicar a soberania sobre a maior parte desta zona estratégica, incluindo áreas que o Vietname, as Filipinas, a Malásia, o Brunei e a Indonésia consideram as suas zonas económicas exclusivas. Em 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia decidiu que as reivindicações de Pequim não tinham base legal, uma decisão que a China rejeita.
A importância estratégica e económica do Mar da China Meridional é inegável, com mais de 3 biliões de dólares de comércio marítimo a transitar pelas suas águas todos os anos.
Desta forma, Teodoro sublinhou que as Filipinas não pretendem provocar a China nem desejam um conflito, mas reiterou a posição de Manila de que "a única causa de conflito na via marítima é a tentativa ilegal e unilateral da China de se apropriar da maior parte, se não da totalidade, do Mar do Sul da China".