Ataque de Berlim: Família do suspeito interrogada na Tunísia e polícia nega detenções

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De  Francisco Marques com afp
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Imprensa alemãe noticiou a detenção de quatro pessoas em Dortmund, por associação ao tunisino procurado pelo ataque de segunda-feira e, na Tunísia, o irmão de Anis Amri defende condenação se ele for m

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Alguma imprensa alemã noticiou esta quinta-feira de manhã a detenção em Dortmund de quatro pessoas supostamente associadas ao principal suspeito do ataque de segunda-feira à noite com um camião contra um mercado de Natal em Berlim.

Generalbundesanwaltschaft bestätigt: 4 Kontaktpersonen von #AnisAmri festgenommen. https://t.co/7wvtUmhb2Q

— BILD (@BILD) 22 de dezembro de 2016

O porta-voz do Procurador-federal já veio no entanto negar a realização de qualquer detenção relacionada com a investigação em curso em torno desse ataque. “Não sabemos de nenhumas detenções”, afirmou o porta-voz.

O principal suspeito atualmente procurado pela polícia alemã é Anis Amri, um tunisino de 24 anos anos, que terá estado registado num centro de acolhimento de refugiados nos arredores de Dortmund, antes de se mudar cerca de 500 quilómetros para leste, para Berlim.

A Procuradoria-federal ofereceu quarta-feira uma recompensa de 100 mil euros por qualquer informação que possa levar à captura de Anis Amri. Um mandado de detenção europeu foi também emitido. “Não se coloque em perigo porque esta pessoa pode ser violenta e estar armada”, avisou a procuradoria.

A polícia de Berlim divulgou ainda pelas redes sociais mensagens em árabe, persa e urdu apelando à partilha de informações sobre Anis Amri.

Für die arabische Community: Hier die Fahndung zum #Breitscheidplatz auf Arabisch, Dari, Farsi & Urdu https://t.co/0au7Duaikobpol_air_fra</a> <a href="https://t.co/qM4jqnvc4M">pic.twitter.com/qM4jqnvc4M</a></p>&mdash; PolizeiBerlinEinsatz (PolizeiBerlin_E) 22 de dezembro de 2016

Durante a madrugada há relatos na imprensa germânica de duas operações das forças especiais da polícia germânica em Dortmund. Uma num centro de acolhimento de refugiados e outra num bloco privado de apartamentos. Foi nesta última que terão sido detidas quatro pessoas, sendo que nenhuma delas terá sido identificada como sendo Anis Amri.

As autoridades alemãs reforçaram, entretanto, as medidas de segurança em zonas de grande concentração popular como, por exemplo, o aeroporto de Frankfurt, um importante elo de ligação da aviação europeia com diversas partes do mundo e onde a afluência se espera grande nesta quadra natalícia.

No mercado de Natal alvo do ataque de segunda-feira, na Breitscheidplatz, em Berlim, foram entretanto colocados blocos de betão para prevenir uma eventual repetição do ocorrido segunda-feira e o mercado voltou a ser reaberto ao público.

Família de Asni Amri em choque e interrogada na TunísiaNa Tunísia, a brigada antiterrorismo tunisina já interrogou a família do suspeito, que habita em Oueslatia, no centro deste país do norte de África. Anis Amri tem quatro irmãs e um irmão.

À agência France Press, Abdelkader Amri, o irmão, disse que, se Anis “for de facto culpado, merece todas as condenações” e apelou a que ele se entregue às autoridades.

#Rediff Attentat à Berlin : La famille du suspect Anis Amri interrogée par la police tunisienne https://t.co/7mBTCIw6HEpic.twitter.com/1klkYCscV5

— 20 Minutes (@20Minutes) 22 de dezembro de 2016

“Estou chocado como qualquer outro tunisino. Quando a polícia se deslocou à casa para levar a nossa mãe é que soubemos que se tratava de Anis. Eu e os meus irmãos não vivemos aqui, vivemos na capital, Tunes. Acabámos de chegar”, disse o irmão do suspeito.

Abdelkader disse ter tomado conhecimento do caso pela comunicação social. “Quando vi a fotografia do meu irmão nos ‘media’ não podia crer nos meus olhos. Fiquei chocado e não posso acreditar que tenha sido ele a cometer aquele crime. Nós rejeitamos o terrorismo e os terroristas. Não temos qualquer relação com terroristas”, garantiu o irmão do suspeito.

A irmã Najoua conta que a família nunca pressentiu “qualquer sinal de que algo de anormal se passasse”. “Ele contactava connosco via Facebook e estava sempre sorridente e alegre”, recordou.

Anis Amri terá emigrado de forma clandestina para Itália, onde ficou três anos até se mudar para a Alemanha. De acordo com as autoridades, o agora suspeito era um requerente de asilo na Alemanha desde julho de 2015 e o pedido havia sido rejeitado em junho.

#FAHNDUNG nach Tatverdächtigem #Breitscheidplatz: #GBA und #BKA bitten um Ihre Mithilfe: https://t.co/rqI5FB08Qtpic.twitter.com/GpfvZM2qs2

— Bundeskriminalamt (@bka) 21 de dezembro de 2016

As autoridades germânicas não conseguiram, contudo, repatriá-lo devido ao facto de a Tunísia não reconhecer Anis Amri como cidadão tunisino. De acordo com o governo alemão, apenas esta quarta-feira os homólogos tunisinos reconheceram o suspeito como sendo um cidadão tunisino e forneceram os documentos de viagem para permitir a expulsão da Alemanha.

Na página oficial da polícia federal alemã pode ler-se um apelo à ajuda para localizar Anis Amri, descrito como um homem de 24 nascido na Tunísia, com 1,78 metro de altura, cerca de 75 kg de peso, cabelo preto e olhos castanhos. “Cuidado: ele pode ser violento e estar armado”, alertam as autoridades.

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