Bashar al-Assad: "A guerra não é solução (...) mas no fim as pessoas são libertadas dos terroristas"

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De  Euronews
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Presidente da Siria recebeu no domingo deputados franceses em Damasco e concedeu uma nova entrevista em que explica as motivações da destruição de Alepo.

O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse este domingo que a reconquista de Alepo, em dezembro, colocou as forças governamentais “no caminho rumo à vitória”, mas sublinhou que só haverá vitória quando forem eliminados “todos os terroristas”.

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Numa entrevista, em Damasco, às emissoras francesas RTL e France Info e à cadeia LCP, Al-Assad admitiu que “ver uma parte do país destruída e um banho de sangue” foi o “preço a pagar” pela libertação da população de Alepo.

“Nós não consideramos (a reconquista de Alepo aos rebeldes) como uma vitória, porque vitória será quando tivermos eliminado todos os terroristas”, indicou Assad, de acordo com uma tradução para francês feita pela televisão RTL.

“Mas é um momento crítico nesta guerra, porque estamos no caminho rumo à vitória”, disse o presidente sírio, na sua primeira grande entrevista desde que Alepo foi completamente tomada aos rebeldes, a 22 de dezembro, depois de meses de cerco.

As forças rebeldes – que Assad classifica como terroristas – tomaram a zona leste de Alepo em 2012. A perda da zona leste de Alepo foi o maior golpe para o movimento rebelde sírio desde o início da guerra, há quase seis anos, que já resultou na morte de mais de 310 mil pessoas.

“A guerra não é uma solução, sobretudo se há outras, mas a questão é como libertar os civis dos bairros tomados pelos terroristas. É melhor deixá-los sob o seu controlo, com decapitações e execuções? O papel do Estado sírio é olhar sem fazer nada? Não”, sublinhou.

Al-Assad realçou que “no final de contas”, o “importante” é que as pessoas “fiquem livres do jugo dos terroristas”.

“Nenhuma guerra é boa, mesmo que seja para defender o teu país ou por uma razão nobre”, porque “em todas [as guerras] há destruição e gente a morrer”, concluiu.

A entrevista foi concedida pouco antes de al-Assad se reunir, em Damasco, com os deputados franceses conservadores Thierry Mariani e Nicolas Dhuicq e com o candidato às presidenciais francesas Jean Lassalle.

Após o encontro com Assad, Thierry Mariani disse que al-Assad negou o uso de armas químicas no conflito e que se mostrou disposto a perdoar a “quase todos” os grupos rebeldes, “com exceção do Estado Islâmico e da Frente al Nusrah”.

Texto: Lusa (NVI)
Edição: Francisco Marques
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