Civis fogem ao terror do grupo Estado Islâmico

Civis fogem ao terror do grupo Estado Islâmico
Direitos de autor 
De  Luis Guita
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Os iraquianos continuam a fugir das áreas sob controlo do Daesh.

PUBLICIDADE

Os iraquianos continuam a fugir das áreas sob controlo do Daesh. Em dois dias, mais de mil pessoas atravessaram a fronteira para o nordeste da Síria, que está sob controlo de forças curdas. No geral, a área é considerada estável e segura.

Fátima Ibrahim Khalaf, conta o inferno de que fugiu com os filhos: “Nós estávamos cansados do tiroteio e do Daesh (referindo-se ao grupo Estado Islâmico.) Se eles vissem um carro a transportar cigarros, eles simplesmente levavam-no, e se eles vissem um carro transportando pessoas, também o levavam. Também ficaram com dinheiro do Governo. E levaram dinheiro do povo, como um imposto. As pessoas passavam fome e não havia ajuda “.

A seguir, eles chegam ao campo de refugiados de Al Hawl, onde já se amontoam milhares de refugiados iraquianos.
Khaked Khalas Inat conta a odisseia para aqui chegar com os filhos de tenra idade.

“Foi uma jornada difícil. Foi como uma tortura. Tivemos que caminhar uma grande distância e tivemos que pagar aos contrabandistas para nos guiarem até aqui. Sofremos todo o caminho,” revela Khaked Khalas Inat.

A maior parte destes refugiados, que chega à Síria, vem de Tal Afar, um distrito a oeste de Mossul sob o controlo do Daesh.

Mais a oeste, na Síria, em Safira, perto de Alepo, também encontramos fugitivos do Daesh.

Elham Saleh vive em Safira com a família, há um ano. Fabrica loofahs (uma esponja vegetal) que vende a 9 centavos por peça. Como muitos outros sírios, ela teve que pagar 280 euros para fugir, com seu filho Abdullah, aos jihadistas do Daesh.

“Eu era casada e morava em Deir Hafer. O meu marido juntou-se ao Daesh (acrónimo árabe para grupo Estado Islâmico), então, decidi fugir dele. Na nossa área as mulheres foram reprimidas e obrigadas a cobrir o rosto,” revela Elham Saleh.

Samia al-Moussa também é uma sobrevivente do Daesh. Com seis filhos, conseguiu escapar depois de o marido, Abdul-Fattah, ter sido decapitado por jihadistas em 2014. Ele era diretor de uma escola em Sheikh Ahmad. Samia e o seu cunhado testemunham o assassinato.

“Estávamos em casa, por volta das 11 da noite, e sentimos um carro a aproximar-se da casa. Gritaram “Abdo (Abdul-Fattah) vem connosco” (…) Quando ele perguntou “onde?”, eles disseram “não é da tua conta”. Foi com eles e, desde então, nunca mais o vimos,” afirma Samia al-Moussa.

“Antes de ser executado, ele disse que eles (militantes do grupo Estado Islâmico) eram infiéis e não tinham nada a ver com o Islão. Eles não têm qualquer fé. Disseram que ele estava a dar informações diretamente para a aeronave e era um agente do governo,” acrescenta o irmão de Abdul-Fattah.

Nos últimos dois meses, 3.500 famílias fugiram das áreas controladas pelo Daesh, no norte da Síria, para se refugiarem em Safira.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Estados Unidos lançam ataque maciço contra milícias no Iraque e na Síria

Embaixada dos Estados Unidos em Bagdade atacada com rockets

Da celebração ao horror, casamento acaba com mais de uma centena de mortes no Iraque