Um dia depois do governo da Hungria ter anunciado a retirada da candidatura à organização dos Jogos Olímpicos de 2024, Budapeste dividia-se entre o alívio e a frustração.
Um dia depois do governo da Hungria ter anunciado a retirada da candidatura à organização dos Jogos Olímpicos de 2024, Budapeste dividia-se entre o alívio e a frustração.
Do lado do movimento que denunciou o custo exorbitante do evento e recolheu cerca de 266 mil assinaturas para realizar um referendo local sobre o assunto, mais do que uma sensação de vitória, há um lamento pelo debate ter terminado.
Segundo András Fekete-Győr, líder do movimento “Momentum”, que lançou a petição para o referendo, “os Jogos Olímpicos eram um bom tema, porque tinha a ver com o futuro da Hungria. Não apenas sobre a organização dos jogos em si, mas sobre as prioridades da sociedade, sobre onde gastar o dinheiro. Foi possível discutir sobre esta questão nos últimos dois meses, ao contrário do que tem acontecido nos últimos anos. Mas, no final, Victor Orbán e os seus aliados acabam por roubar essa oportunidade ao povo de uma forma muito cobarde”, afirma.
O movimento recolheu mais do dobro das assinaturas necessárias para realizar um referendo.
O executivo responsabiliza a oposição pelo fim do sonho olímpico
, desviando atenções dos cerca de 113 milhões de euros do erário público que foram gastos no lançamento da candidatura.
O chefe de gabinete do governo, János Lázár, refere que “a unidade, o consenso que existia no início desapareceu nos últimos meses e, por isso, o governo considera que não é sensato que as autoridades de Budapeste e o comité olímpico nacional prossigam com a candidatura”.
Desde que Victor Orbán chegou ao poder, em 2010, esta foi uma das poucas ocasiões em que a sociedade civil conseguiu provocar um recuo do governo e logo a cerca de um ano das legislativas.
A organização dos Jogos Olímpicos era um sonho pessoal do primeiro-ministro.
Correspondente da euronews na Hungria, Andrea Hajagos recorda que, “no ano passado, aconteceu uma situação semelhante na Hungria. Mas, nessa altura, o governo decidiu revogar uma polémica lei para encerrar o comércio ao domingo ainda antes de estarem reunidas as assinaturas para a realização de um referendo sobre o tema”.