O Trump moderado que surpreendeu o Congresso

Com Reuters
Quem quer viver num país tem de conseguir manter-se economicamente.
Presidente dos EUA
O presidente Donald Trump mostrou-se mais conciliador do que o habitual durante o seu primeiro discurso no Congresso dos Estados Unidos, que teve lugar esta terça-feira, na cidade de Washington.
Segundo analistas entrevistados pela agência Reuters, Trump mostrou-se menos combativo e mais comedido na forma de estar, à medida que pediu a unidade a todos os presentes e aos norte-americanos.
Great meeting with CEOs of leading U.S. health insurance companies who provide great healthcare to the American people. pic.twitter.com/s2NMVMvQq3
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) February 27, 2017
Trump procura a melhor forma de levar a cabo o seu projeto, que inclui reformas migratórias e fiscais, com o esforço de Democratas e Republicanos.
Mas a verdade é também que Trump chegou ao Congresso com baixos níveis de popularidade. Numa entrevista a um conhecido canal de informação nacional, Trump reconheceu não ter sido o melhor comunidador desde o início do seu mandato.
Segundo uma sondagem Reuters/Ipsos, 48% dos entrevistados reprovaram a prestação do novo presidente, enquanto 46% apoiavam o seu desempenho. Números muito baixos para um presidente que ainda há pouco assumiu o poder.
As promessas, essas, não se fizeram esperar: Trump falou em grandes investimentos na infraestrutura nacional, em redução dos impostos para a classe média e em reformas dos sistemas fiscal, de saúde e de educação.
Reformas que, para avançar, precisam do apoio da oposição Democrata, que foi, desta vez, poupada pelo presidente Trump. Em vez disso, o presidente pediu-lhes ajuda e a sua colaboração para as mudanças que espera levar a cabo no futuro.
A postura do presidente dos EUA parece dar a entender que as decisões unilaterais que Trump poderia ter tomado já foram tomadas e que agora começa uma nova fase.
Resta saber, como e até onde poderá esta nova fase da Administração Trump chegar e com que apoios efetivos.
A reação dos Democratas
Os Democratas no Congresso disseram que o programa de desenvolvimento de infraestruturas do presidente era do seu agrado, assim como eram algumas reformas no sistema de educação de infância, as mudanças que permitiriam a redução do preço de medicamentos, assim como a intenção declarada do presidente Trump em manter alguns elementos fundamentais do chamado Obamacare.
A oposição criticou, no entanto, os cortes no investimento social, de forma a subir o gasto no setor militar, assim como os benefícios para as grandes empresas e para os mais ricos em termos de impostos, e o que definem como uma política de deportações agressiva.