Irlanda do Norte vai às urnas com possível retorno do poder a Londres em pano de fundo

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De  Nelson Pereira
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Tensão entre unionistas e nacionalistas ameaça afastar Belfast das negociações com a UE

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Os eleitores na Irlanda do Norte votam esta quinta-feira para eleger os deputados do Parlamento e consequentemente o governo de Belfast.

O Partido Democrático Unionista, pró-britânico, e os nacionalistas do Sinn Féin, favoráveis à ideia de uma Irlanda unificada, são os favoritos, mas a nova líder do Sinn Féin, Michelle O’Neill, afirma que não aceitará formar governo enquanto não for afastada a primeira-ministra Arlene Foster, do Partido Democrático Unionista.

A responsabilidade de Foster (enquanto secretária para o Comércio de Investimento) em alegadas irregularidades de um programa de incentivo às empresas para o uso de energias renováveis foi precisamente o motivo que levou à demissão em janeiro, do vice-primeiro ministro Martin McGuinness, do Sinn Féin. A demissão de McGuinness obrigou à convocação de eleições antecipadas.

Ao abrigo dos acordos de paz de 1998 (Acordo de Belfast, ou Acordo de Sexta-Feira Santa), o governo tem de assentar na partilha de poder entre o partido unionista e o partido republicano mais votados.

O Partido Democrático Unionista elegeu em maio de 2016 mais dez representantes do que o Sinn Féin.

A escalada de tensão entre os dois partidos pesou sobre toda a campanha alimentando a ideia de que será impossível aos dois partidos chegarem a acordo para formar governo no prazo de três semanas previsto pela lei.

O ministro para a Irlanda do Norte, James Brokenshire, alertou para um cenário que poderia conduzir ao retorno de Belfast sob controlo direto de Londres. No momento em que o Reino Unido prepara a saída da União Europeia, isso significaria perder voz num processo de negociações que vai determinar o futuro da Irlanda do Norte.

Brokenshire frisou que se esta eleição acentuar divisões, pode ficar ameaçada a continuidade das instituições autónomas, insitindo na importância de ter “um governo em funções com a maior brevidade possível”.

Os resultados oficiais do escrutínio só são esperados a meio do dia de sábado. Além do Sinn Féin e do Partido Democrático Unionista, estão na corrida o Partido Unionista do Ulster, liderado por Mike Nesbitt, e o Partido Social Democrata e Trabalhista, chefiado por Colum Eastwood, e a Aliança, liderado por Naomi Long.

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