Clivagens entre homens e mulheres continuam a ser grandes

Clivagens entre homens e mulheres continuam a ser grandes
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De  Nara Madeira
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Todos os anos, no Dia da Mulher, se recuperam as mesmas ideias.

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Todos os anos, no Dia da Mulher, se recuperam as mesmas ideias. A mulher continua, no século XXI, a ser discriminada nas várias áreas da vida pública e, em muitos países, da vida privada. Em média elas estudam mais mas ganham menos que os homens e têm o acesso menos facilitado a postos de chefia.

As mulheres estudam mais que os homens…

Em média, nos países membros da UE, as mulheres estudam mais, têm mais qualificações, que os homens. Exceção feita, e entre outros, poucos, à Alemanha.

A Estónia, a Irlanda, Chipre, a Lituânia, a Finlândia e a Suécia têm a maior proporção de mulheres que obtêm bons resultados, no que diz respeito à educação.

A Itália, a Roménia e Malta estão entre os piores.

… mas ganham menos

No que diz respeito aos cargos de gestão, em empresas com 10 empregados ou mais empregados, há uma diferença salarial, entre homens e mulheres, de cerca de 10 euros, por hora.

O salário médio, dos homens, por hora era de 32,08 euros, em 2014, contra 22,88 para as mulheres, de acordo com o Eurostat. Na Dinamarca um homem, nestas condições, pode ganhar, por hora, uma média de 50,37€, a mulher não vai além dos 39,34€.

Em Portugal, os gestores de empresas ganham, em média 21,63€, por hora, as gestoras ganham menos 5,61€, por cada hora trabalhada.

Itália e Alemanha são os países onde a clivagem é maior, 14,84€ e 12,38€, respetivamente, a Roménia e a Bulgária onde é menor, 0,34€ e 0,91€.

…têm mais dificuldade em conseguir um lugar de direção

Em toda a UE, há apenas 35% de mulheres a gerir empresas com 10 empregados ou mais empregados, de acordo com dados de 2014 do Eurostat, os dados disponíveis, mais atualizados.

A Letónia é o país onde havia uma maior quota de mulheres em funções de gestão, 53 por cento. Bélgica, Itália e Alemanha estavam entre os países em que menos mulheres ocupam este tipo de cargos.

…ocupam menos assentos nos Parlamentos

Não é apenas na Europa que a disparidade entre homens e mulheres nos Parlamentos e flagrante. A situação é recorrente por todo o mundo.

A Islândia, a Suécia e a Finlândia são os países que estão mais perto da paridade, com mais de 40 por cento dos assentos parlamentares, ocupados por mulheres.

A Hungria é o pior caso entre os países incluídos neste gráfico, 90 por cento dos assentos são ocupados por homens.

Portugal tem vindo a progredir nesta questão. Em 1990 apenas 7,6 por cento dos deputados da Assembleia da República eram mulheres.

Nas eleições legislativas de 2015 foram eleitas 76 deputadas, 34,8 por cento, dados do Eurostat. No total há 230 lugares disponíveis no Parlamento português. Em termos percentuais, a formação que mais mulheres tem no parlamento é o Partido Comunista, 41,18 por cento.

…e raramente se tornam primeiras-ministras

O número de deputadas, nos parlamentos nacionais europeus, pode estar a aumentar mas, o que não aumenta, proporcionalmente, é o número de primeiras-ministras, ou de outro qualquer cargo de topo num país.

Apenas três mulheres ocupam o cargo de chefe de governo, na União Europeia, de acordo com a análise da Euronews. São elas Angela Merkel, na Alemanha, Theresa May, no Reino Unido, que assumiu o poder depois da demissão de David Cameron, e Beata Szydło, na Polónia, uma mulher de quem, raramente, se fala.

Brasil: segue tendência Europeia

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No Brasil e de acordo com a EBC Agência Brasil, as mulheres trabalham cinco horas a mais e ganham 76% do salário dos homens. “Com ou sem crise, as mulheres brasileiras continuam trabalhando (…) cinco horas a mais, em média, e recebendo menos”, escrevia a agência em dezembro de 2016.

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