Mevlut Cavusoglu tinha um comício previsto em Hamburgo, teve de mudar o local, mas conseguiu realizá-lo perante mais de uma centena de compatriotas no consulado turco em Hamburgo
A Turquia voltou a criticar a Alemanha e desta feita em território germânico. Num comício que esteve quase para nõ acontecer, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco pediu à chanceler Angela Merkel para deixar de tentar dar lições de democracia aos turcos.
Não tentem dar-nos lições de democracia e de direitos humanos. Vejam-se ao espelho primeiro.
Ministro turco dos Negócios Estrangeiros
Mevlut Cavusoglu falou perante mais de uma centena de turcos no consulado turco em Hamburgo depois de as autoridades alemãs terem encerrado o local incialmente previsto para este comício de apoio à pretensão do Presidente Recep Tayyp Erdogan de mudar a Constituição e recuperar os poderes executivos perdidos quando se viu impedido de continuar a exercer o cargo de primeiro-ministro.
Embraced in Hamburg by our countrymen who have deep compassion for Turkey. Love for Turkey is above everything and cannot be stopped. pic.twitter.com/3sAumCP6Jl
— Mevlüt Çavuşoğlu (@MevlutCavusoglu) 7 de março de 2017
“Vocês não dão a cidadania aos nossos expatriados e querem impedir-nos de nos encontrar-mos com os nossos cidadãos turcos? Servirá isto à humanidade? Servirá isto à democracia? Será isto os direitos humanos? Servirá isto ao direito das pessoas de se reunirem? Por favor, não tentem dar-nos lições de democracia e de direitos humanos. Vejam-se ao espelho primeiro”, atirou Cavusoglu, com a plateia a responder um uníssono “não” sempre que deixou uma pergunta no ar.
O inflamado discurso do chefe da diplomacia de Ancara foi proferido na Alemanha, país onde reside a maior diáspora da Turquia e as autoridades tem vindo a impedir a realização destas manifestações políticas do país euroasiático. À porta do consulado deccorreu uma contra-manifestação onde se ouviu chamar, por exemplo, “ditador” ao chefe de estado turco.
Turkish Foreign Minister Mevlut Cavusoglu accuses Germany of ‘systematic antagonism’ https://t.co/v2pRTKTEh2pic.twitter.com/DGoi9q14PV
— dwnews (@dwnews) 7 de março de 2017
A proibição de atos da campanha eleitoral para o referendo sobre a reforma Constitucional, por motivos formais ou de segurança, e para os quais estava prevista a presença de vários ministros turcos, aumentou a tensão entre Berlim e Ancara.
Na segunda-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, apelou à Turquia para “manter a cabeça fria” na atual crise diplomática entre os dois países, reagindo às declarações em que o Presidente Erdogan acusou a Alemanha de “práticas nazis”.
“Não podemos aceitar que a Alemanha interfira no referendo”, avisou o ministro, aludindo a uma campanha “sistemática” na Europa contra a Turquia numa altura em que o racismo e as forças políticas xenófobas se aproximam do poder em países como a Holanda e França.
Texto redigido em colaboração com a agência Lusa (MSE)#BREAKING: Cavusoglu says Europe has huge problems of racism, xenophobia and Islamophobia
— TRT World (@trtworld) 7 de março de 2017