Governo britânico pressiona WhatsApp para aceder a mensagens do terrorista de Londres

Governo britânico pressiona WhatsApp para aceder a mensagens do terrorista de Londres
De  Patricia Cardoso  com Reuters, Lusa, AFP

A ministra britânica do Interior, Amber Rudd, defende o acesso das autoridades às aplicações de mensagens encriptadas como WhatsApp, para fazer avançar o inquérito sobre o atentado de…

A ministra britânica do Interior, Amber Rudd, defende o acesso das autoridades às aplicações de mensagens encriptadas como WhatsApp, para fazer avançar o inquérito sobre o atentado de Londres. Segundo os investigadores, Khalid Masood usou o serviço antes do atentado junto ao parlamento britânico.

Devemos assegurar-nos que empresas como o WhatsApp, e existem muitas outras, não forneçam um esconderijo seguro onde os terroristas comunicam entre eles.

Amber Rudd Ministra britânica do Interior

Em declarações à BBC, Amber Rudd defendeu: “Devemos assegurar-nos que empresas como o WhatsApp, e existem muitas outras, não forneçam um esconderijo seguro onde os terroristas comunicam entre eles”.

A ministra acusa a empresa norte-americana, propriedade do Facebook, de não fornecer o histórico das comunicações do autor do ataque.

No WhatsApp a encriptagem da mensagem é automática e isso implica que só o destinatário pode ter acesso ao conteúdo enviado.

Esta semana, Amber Rudd encontra as empresas tecnológicas para discutir o tema da colaboração com as autoridades. Rudd explica: “Não falamos de abertura, de acesso ao ‘cloud’ ou de coisas deste género. Queremos que as empresas tecnológicas reconheçam que têm responsabilidades face ao governo e às agências de segurança quando se trata de uma situação terrorista”.

O pedido do governo britânico é criticado por peritos e relança o debate em torno da privacidade e do sigilo.

No ano passado, o FBI recorreu à justiça para obrigar a Apple a desbloquear o telemóvel do autor do ataque de São Bernardino, na Califórnia, ocorrido em 2015.

A empresa tecnológica recusou, apoiada pelos cidadãos desejosos de manter a privacidade no meio das revelações sobre escutas realizadas pelos serviços secretos.

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