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Eleição presidencial: O quebra-cabeças dos franceses

Eleição presidencial: O quebra-cabeças dos franceses
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Após a primeira volta da eleição presidencial, a França acordou dividida e num outro paradigma político.

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Após a primeira volta da eleição presidencial, a França acordou dividida e num outro paradigma político. De um lado, o país urbano e pró-europeu; do outro, a França rural ou suburbana; a França industrial, que tem razões para se queixar e a França do sucesso.

Geograficamente a clivagem é claramente entre o leste e o ocidente do país. Macron seduz maioritariamente as grandes cidades – Paris, Bordéus, Lyon – e toda a zona ocidental da França. Em contrapartida, é no nordeste e nas regiões rurais, para além do sul turístico, que Le Pen consegue os melhores resultados.

Sociológicamente, o eleitorado de Macron compõe-se de: 34% de quadros e 17% de operários, Para Le Pen é o contrário: 13% de quadros e 36% de operários.

Em termos de proveniência política:
Para Macron, os eleitores vêm essecialmente da esquerda: 47% são os que votaram em Hollande em 2012; do centro, 43% dos que votaram em Bayrou e apenas 18% da direita – os que foram eleitores de Sarkozy.

Para Le Pen são os 84% dos seus eleitores tradicinais, mais 13% do eleitorado de Sarkozy e ainda 6% dos que votaram em Hollande.

Ainda que todas as projeções atribuam a vitória a Emmanuel Macron na segunda volta e que numerosas personalidades, a começar pelos candidatos da eleição, lhe tenham manifestado publicamente o apoio, desta vez ninguém fala da famosa “frente republicana” que se unia para barrar a extrema-direita.

Marine Le Pen fez mesmo referência a essa frente quando questionada pelos jornalistas, na segunda-feira, em campanha, no Pas de Calais: “Sim, a velha frente republicana, desgastada, que já ninguém quer e que os franceses despediram com uma rara violência, está a tentar agrupar-se em volta do senhor Macron e eu diria, ainda bem!”

A frente republicana é uma expressão nascida nos anos 50 e que ganhou uma importância sem precedentes na segunda volta da eleição presidencial de 2002, quando Jean-Marie Le Pen chegou à segunda volta com Jacques Chirac. Chirac viria a ser eleito com 82% dos votos e o apoio de todos os líderes entre os quais Jean-Luc Mélenchon. Mas o quadro agora é outro.

“É verdade que o comportamento dos eleitores de Jean-Luc Mélenchon e de François Fillon constitue uma das chaves do escrutínio. Entre os apoiantes de Jean-Luc Mélenchon há um comportamento particularmente abstencionista – quase metade não gostaria de ir votar nesta segunda volta -, mas isso pode mudar durante a campanha”, afirma o analista Frederic Dabi.

O líder do movimento “França Insubmissa” que recolheu quase 20% dos sufrágios não deu indicação de voto e pediu aos seus eleitores que se manifestem na plataforma digital do movimento.

A verdade é que se uma grande maioria dos franceses não quer o Front National (FN) no poder; também não se revê em Emmanuel Macron e sobretudo na sua conceção liberal do trabalho.

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