O homem foi levado para ser interrogado pelo Ministério Público do Bahrein.
Com BNA
As autoridades do Bahrein detiveram um homem depois deste ter criticado a posição do país relativamente ao Qatar, na que foi a primeira detenção deste tipo conhecida depois da criação de uma aliança no Golfo contra o Governo de Doha, liderada pela Arábia Saudita.
A informação foi avançada pela BNA, agência oficial de notícia do Bahrein, que não deu a conhecer o nome do indivíduo. A agência informou ainda que este foi levado pela polícia e posteriormente interrogado pelo Ministério Público.
Segundo o Governo, os comentários colocados numa rede social, criticavam o Bahrein e os seus aliados, na política contra o Estado do Qatar.
A decisão tem como objetivo reprimir qualquer dissidência interna relativa à pressão sobre Doha.
As autoridades de vários países do Golfo Arabo-pérsico, como a Arábia Saudita, o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos, informaram os seus habitantes que a expressão pública de solidariedade para com o Qatar poderia traduzir-se em multas e mesmo penas de prisão.
Referidas penas poderiam chegar a 15 anos. As multas podem superar os 120 mil euros.
O Bahrein justifica as medidas com a necessidade de proteger a “segurança nacional”.
Um grupo de países do Médio Oriente, liderados pela Arábia Saudita, acusaram recentemente o Qatar de apoiar grupos extremistas na região. A coligação, liderada por Riade, acusa o Qatar de apoiar militantes sunitas e xiitas.
O Qatar rejeita as acusações e disse mesmo que o que estava a acontecer era um assédio e que era ilegal.
O Golfo, região de tensão acumulada
A chamada “crise no Golfo” é das mais graves que a região enfrenta em décadas e teme-se que venha a causar mais tensões numa região afetada por diferentes conflitos regionais.
Tanto o Qatar como o Bahrein acolhem milhares de soldados dos Estados Unidos. O exército norte-americano utiliza as bases do Qatar para campanhas militares aéreas *no *Iraque, no Afeganistão e na Síria.
O Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zein Raad al-Hussein criticou os EAU e o Bahrein pelas ameaças contra os cidadãos e residentes nacionais que expressassem apoio ao Qatar. Disse que estava em casa uma violação da liberdade de expressão.