A "rentrée" política francesa deverá ser agitada. Em setembro, avança a polémica reforma do código do trabalho.
O estado de graça do presidente francês chegou ao fim. Apenas 36% dos franceses se dizem satisfeitos com o desempenho de Emmanuel Macron. Não é surpreendente. O político centrista de 39 anos enfrenta um povo mais dividido do que nunca.
A primeira volta das presidenciais mostrou um eleitorado fragmentado em quatro grandes tendências, da esquerda radical à direita patriótica, num processo que fez ruir os socialistas, mas, salvou os conservadores. Macron só é consensual na política externa.
“Desde o início, ele tem uma atitude voluntária, ao mesmo tempo conciliadora e respeitosa. Recebeu Trump no dia da Bastilha e Putin esteve em Versalhes. Reconhece o interlocutor na sua singularidade, na sua dignidade e, ao mesmo tempo, envia as mensagens que entende”, afirmou o politólogo francês Stéphane Rozès.
A nível interno, a opinião pública francesa espera para ver.
“O governo anunciou medidas e depois contradiz-se. Os novos deputados não têm maturidade, não por culpa deles, mas são jovens e sem experiência”, afirmou uma parisiense.
“Estamos a ver o que vai acontecer. Na política externa, ele sai-se bem, mas, a nível interno estamos à espera, pergunte-me daqui a mais cem dias”, considerou um homem.
A “rentrée” política francesa deverá ser agitada. Em setembro, avança a polémica reforma do código do trabalho. Alguns sindicatos prometem protestos e greves.