A ilha de Hokkaido foi abalada esta madrugada pelo 18o teste com um míssil norte-coreano este ano.
O engenho sobrevoou o território por volta das seis horas da manhã, fazendo soar os alarmes de ataque e os avisos à população e levando mesmo à interrupção do tráfego ferroviário.
“Se começassem a evacuar certas zonas eu não saberia para onde ir, a situação é bastante confusa”, afirma uma passageira.
O míssil de médio-alcance dividiu-se em três partes antes de cair no Oceano Pacífico e sem nunca ser intercetado pelo sistema de defesa antiaérea do país.
Uma situação inédita e assustadora para os residentes.
“Não podemos fugir a esta situação que é aquela que mais nos preocupa”.
Um gesto de Pyongyang que, para um analista, representa antes de mais um desafio a Washington e à administração Trump:
“Eu penso que o mais preocupante deste teste é o facto de que o míssil sobrevoou o Japão e caiu perto da ilha de Hokkaido. Mas é preciso contextualizar a situação. Não se trata de algo de novo. A Coreia do Norte está a jogar com a política interna em Washington, em Seul e talvez em Tóquio. Nos dois campos vemos gente que defende posições mais duras e gente que defende posições mais moderadas. E ações como esta reforçam as posições mais duras”.
Pouco após o lançamento dezenas de militantes de extrema-direita manifestaram-se frente à sede da representação diplomática da Coreia do Norte em Tóquio.
O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe considerou a ação “desmedida”, prometendo, uma vez mais, responder ao que considerou como “uma ameaça grave ao país”.
A China, aliada de Pyongyang, apelou esta manhã à retoma das discussões de paz, afirmando que “as pressões e as sanções não podem, por si só, resolver o problema”.